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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Alta de royalties de mineração pode ser revertida via decreto presidencial

    12/11/2017 02h30

    Danilo Verpa - 8.jul.2016/Folhapress
    Projeto de mineração de ferro em Canaã dos Carajás (PA)
    Projeto de mineração de ferro em Canaã dos Carajás (PA)

    Na tramitação das novas regras para o setor de mineração no Congresso, a alíquota de royalties do minério de ferro foi elevada de 2% para 4%, mas ainda há uma chance de a porcentagem cair, via decreto presidencial.

    Há três medidas provisórias cujos prazos acabam no dia 28. A discussão está centrada na que trata da compensação financeira.

    No texto original, enviado pelo governo, a taxa iria flutuar entre 2% (que é a atual) e 4,5%, de acordo com cotações internacionais.

    No formato mais recente da proposta de lei, passou a ser 4%, sem escalonamento. Isso, no entanto, pode mudar, diz Ricardo Marques, diretor da KPMG.

    "Abriu-se margem para que, via decreto da presidência, o governo possa reduzir a alíquota para 2% para empresas que demonstrem que a mina tem baixa concentração de minério e que a escala de produção é pequena."

    Não está claro como será o critério para a classificação de produtividade de jazidas.

    Associações do setor têm expressado descontentamento com as novas normas.

    Para o Ibram, instituto do setor, as medidas provocarão um "brutal" aumento de custos e a perda de atratividade para investimentos.

    As propostas também foram classificadas como muito ruins por Fabio Schvartsman, presidente da Vale. Em conferência, disse que a empresa perderá competitividade para companhias de países próximos à China.

    Royalties - Compensação financeira por exploração

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    Os outros

    Minérios como areia e brita, ligados à construção civil, terão redução de alíquota. Há uma mudança que desagrada até empresas desses produtos: hoje, se subtrai o custo de transporte da base de cálculo. Isso foi proibido.

    Para a ABPM, associação do setor, esse "não é momento para alta de custos", diz o presidente Luiz Azevedo.

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    Vou de carona

    A Alelo, empresa especializada em benefícios, vai entrar no mercado de compartilhamento de veículos no início de 2018.

    A companhia tem testado o serviço com seus próprios funcionários, com um projeto piloto de dois carros, diz o presidente, Raul Moreira.

    "Os usuários podem dividir veículos que colocamos à disposição ou utilizar o seu carro [para caronas]. Cobramos pela gestão do negócio e tudo é feito por um aplicativo."

    Os principais alvos são clientes que já usam produtos da Alelo e cujos funcionários têm de se deslocar por longas distâncias, afirma.

    Cerca de 90% da receita da Alelo vem do setor de alimentação, mas a projeção é que os outros segmentos representem 30% em 3 anos, diz ele.

    "Estimamos que o mercado de mobilidade para empresas movimente R$ 56 bilhões. Nossa expectativa é ter 20% disso."

    607
    são os funcionários

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    Banho de água quente

    O grupo hoteleiro Rio Quente, de Goiás, fechou um acordo com o FDCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste) para captar R$ 31 milhões, segundo Francisco Costa Neto, codiretor-executivo do grupo.

    O fundo vai financiar 40% do projeto de expansão da empresa, estimado em R$ 77 milhões.

    O montante inclui a construção de um restaurante, um centro de entretenimento próximo ao complexo hoteleiro e a ampliação recém-concluída de um de seus sete empreendimentos.

    "Nosso centro será aberto para hóspedes do Rio Quente e de terceiros. Teremos lojas, restaurantes e um teatro", afirma.

    "É um projeto que ajuda a estender a permanência dos turistas. A média hoje é de 4 a 5 dias. Se gerarmos mais conteúdo, as pessoas tendem a ficar mais um ou dois dias, o que traz um grande incremento."

    R$ 360 MILHÕES
    é o faturamento estimado para este ano

    2.200
    são os funcionários

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    Menu mais caro

    Após dois anos de faturamento fraco, a rede de restaurantes Giraffas vai investir em 2018 R$ 20 milhões em novas lojas e treinamento de pessoal. A empresa estima crescer 7% no próximo ano.

    De 2014 a 2016, a companhia viu seu rendimento cair de R$ 778 milhões a R$ 683 milhões. Neste ano, o valor deverá bater R$ 685 milhões.

    "Temos um público de renda baixa, mais afetado pela crise. Precisamos ver melhora da renda e dos índice de emprego [para retomar crescimento]", afirma o CEO, Carlos Guerra.

    Ele reassumiu o cargo em dezembro no lugar do filho Alexandre, que comandava o Giraffas desde 2012.

    Em 2018, a rede pretende abrir 30 novas unidades. Neste ano, inaugurou 23 e, até dezembro, abrirá mais duas.

    "Investimos em um segmento do cardápio um pouco mais caro, voltado a um público com mais renda."

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    Para não... O ministério da Saúde anunciou que vai incorporar o remédio Memantina, usado no tratamento do Alzheimer, na rede pública em até 180 dias.

    ...esquecer A pasta projeta um desembolso de R$ 10,1 milhões por ano em compras do medicamento.

    Ketchup A Hemmer investiu R$ 10 milhões em maquinário para dobrar a produção de suas linhas de maionese, ketchup, mostarda e molhos de tomate até abril, para 2,4 toneladas por mês.

    Cachaça... Compradores de Tanzânia, Colômbia, Rússia, Reino Unido e Bélgica participarão nesta segunda (13) de negociações com destilarias fluminenses -Da Quinta, Soledade, Tellura, Magnífica, Werneck e Sete Engenhos.

    ...para exportação As seis destilarias conseguiram certificações com o apoio do Sebrae/RJ. A iniciativa é da Apex e do Ibrac.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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