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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Álcool se recupera de queda nas vendas, mas fechará 2017 no negativo

    14/11/2017 02h30

    Pierre Duarte - 29.out.2015/Folhapress
    Caminhão tanque carregado com álcool deixa a usina São Francisco, em Sertãozinho (SP)
    Caminhão tanque carregado com álcool deixa a usina São Francisco, em Sertãozinho (SP)

    As vendas de gasolina perderam vigor, e o álcool recuperou mercado no terceiro trimestre, aponta a ANP (Agência Nacional do Petróleo).

    Os dados constam do primeiro relatório desde o aumento de PIS e Cofins e da política da Petrobras de ajustar preços para acompanhar cotações internacionais.

    O álcool, que havia perdido 20% de volume no primeiro semestre, ainda tem saldo negativo, mas, agora, de 16%.

    Este ano vai fechar com números menos ruins, afirma Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (união da indústria da cana).

    "A melhora é decorrente dos reajustes da Petrobras, mas vamos fechar 2017 no negativo por uma questão de base de comparação."

    O saldo de importação de álcool também melhorou -neste ano, o Brasil vai comprar mais etanol que exportar, mas nos últimos três meses o país diminuiu o tamanho do déficit comercial.

    "Tivemos uma avalanche de etanol importado no Nordeste, até que o setor se mobilizou e a Câmara de Comércio Exterior implantou taxa."

    Ao se incluir custos de logística, o etanol brasileiro fica mais caro que o de milho dos EUA, diz Paula Arantes, consultora da Ilos, empresa que atua no setor.

    Outra consequência da variação diária de valores de combustíveis é que as vendas aos consumidores finais são menores que as entregas às redes de abastecimento, que passaram a arbitrar preços, segundo Arantes.

    "Houve um movimento de aumento de estoques por parte das distribuidoras."

    MOTOR DE EXPLOSÃO - Vendas de combustíveis em 2017, de jan. a set.

    Saldo de exportações de etanol - Em milhares de metros cúbicos

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    Apesar de cautela com o país, Saint-Gobain planeja investir R$ 320 mi

    Ainda é impossível afirmar que o país vive uma retomada econômica, segundo Thierry Fournier, presidente do grupo industrial Saint-Gobain para o Brasil, Argentina e Chile.

    A fabricação de materiais de algumas áreas, como a de plásticos e de abrasivos, têm compensado a estagnação em outras, como a de itens voltados para a construção.

    Apesar do receio, a companhia deverá encerrar 2017 com um crescimento de 6% na receita, e projeta uma alta de 10% no ano que vem.

    A Saint-Gobain prevê investir cerca de R$ 320 milhões na operação brasileira em 2018. Uma parte disso irá para o uso de internet das coisas e tecnologia nas linhas de produção, diz Fournier.

    "Vamos investir em cinco pilares: conexão informática na gestão da fábrica, ferramentas modernas de gestão, uso de 'big data', automatização e manutenção."

    Além de começar os preparativos para a reforma de sua sede, que demandará R$ 60 milhões, o grupo também deverá encerrar seu ciclo de aquisições em 2018.

    Nos últimos 12 meses, foram sete compras-uma delas, a Tekbond, de adesivos, aguarda aval do Cade (conselho de defesa econômica).

    O orçamento para as transações pode ir de zero a R$ 500 milhões. "Temos 3 ou 4 projetos em andamento, a maioria no Sul e Sudeste."

    57
    são as fábricas no Brasil

    R$ 8,4 BILHÕES
    foi o faturamento em 2016

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    Reforma requintada

    A Via Varejo, dona das varejistas de eletroeletrônicos Casas Bahia e Ponto Frio, vai converter 15 de suas operações em um formato premium até o primeiro trimestre do ano que vem.

    São lojas localizadas em bairros de alta renda e que, além de passarem por uma reforma, terão um sortimento de produtos mais caros e receberão mais recursos tecnológicos que uma unidade convencional.

    "Elas vendem produtos diferentes, como TVs de 75 ou 85 polegadas, por exemplo, que não estão em toda a nossa rede", afirma Paulo Naliato, diretor da companhia.

    "No terceiro trimestre, crescemos quase 50% nas vendas 'mesma-loja' [excluídas inaugurações] do segmento premium, contra 18% nas da Via Varejo como um todo", afirma Naliato.

    "Temos 51 unidades nesse formato. Ao olhar para as operações abertas, há potencial para chegarmos a 70 ou 75."

    Ao se considerar inaugurações, há potencial para 90 a 100 estabelecimentos, de acordo com o executivo.

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    Fintech A HubPrepaid, de cartões pré-pagos, vai investir R$ 15 milhões em 2018 na expansão da empresa para a América do Sul e na produção de meios de pagamento novos, como pulseiras.

    Cacau na China A Chocolate Lugano, fabricante de Gramado (RS), abriu sua primeira loja no mercado chinês. A empresa planeja investir US$ 2 milhões (R$ 6,5 milhões) em mais quatro lojas no país.

    Pelo celular Cerca de 16% das vendas virtuais feitas em computadores são iniciadas em dispositivos móveis, aponta a Criteo, empresa de tecnologia, que analisou 5.200 varejistas, inclusive no Brasil.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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