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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Resolução do CMN sobre aportes de fundos pode forçar alta de desconto

    17/11/2017 02h30 - Atualizado às 17h45
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Fernando Frazão - 24.jul.2012/Folhapress
    Os fundos devem baixar suas metas de 6% a 4,5% de rendimento real ao ano
    Os fundos devem baixar suas metas de 6% a 4,5% de rendimento real ao ano

    Uma resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) sobre investimentos dos regimes de previdência de servidores pode diminuir a rentabilidade dos fundos e os forçar a aumentar a alíquota descontada de funcionários.

    A afirmação é do consultor de previdência da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim.

    As normas diminuíram o teto de investimentos em fundos imobiliários e de participação em empresas.

    "Na prática, os investimentos possíveis serão título público e Bolsa. Inviabilizaram aplicações em Fidcs (fundo de recebíveis), FIPs (de participação) e em imóveis."

    Papéis de governo vão render menos com as taxas de juros, e os gestores das entidades de servidores públicos têm receio de renda variável, por sua natureza volátil.

    Os fundos devem baixar suas metas -hoje, estão em cerca de 6% de rendimento real ao ano, e isso deve ir para cerca de 4,5%, afirma.

    Caso não alcancem as novas metas, prefeituras e governos estaduais precisarão cobrar mais dos trabalhadores. Cabe ainda usar o caixa dos entes federativos, mas é uma hipótese remota.

    Há um projeto de lei no Senado para mudar as regras sobre essas aplicações.

    "A resolução pode ser alterada, e nós faremos movimentos para isso", diz Celso Steremberg, da Acinprev (associação de consultorias).

    Para o corpo técnico da Secretaria da Previdência ouvido pela coluna, as regras aumentam opções ao permitir aportes em novas possibilidades, como debêntures.

    REGIME PRÓPRIO - Entes que gerenciam recursos de servidores

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    De cara nova

    A Sonae Sierra, proprietária de nove shoppings no Brasil, investe R$ 28 milhões nas obras de remodelação do Plaza Sul, em São Paulo.

    Localizado na zona sul da cidade, o imóvel foi inaugurado em 1994 e passa por troca de pisos, ampliação de corredores e reforma de banheiros. As obras deverão terminar em agosto de 2018.

    "Também teremos aberturas de lojas mais voltadas para o público das classes A e B, principal foco do empreendimento", afirma José Baeta Tomás, diretor-executivo da companhia.

    Ainda no próximo ano, a empresa deverá iniciar investimento similar em outra unidade: o Metrópole, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O aporte previsto é de aproximadamente R$ 30 milhões.

    "Este ano tem sido muito bom para nós. Crescemos 8,5% em faturamento até o terceiro trimestre [na comparação com 2016]. Nossa estimativa é fechar 2017 com alta de 7%", diz Baeta Tomás.

    400
    é o número de funcionários

    R$ 430 milhões
    é a estimativa de faturamento da empresa para 2017

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    Contra as expectativas

    O nível de emprego na construção civil teve a terceira variação positiva seguida em setembro, segundo o Sinduscon-SP (do setor).

    Na prática, houve estabilidade porque o estoque de mão de obra subiu 0,02%.

    Ainda assim, o resultado contrariou as expectativas, afirma José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade.

    "Não há nada substancial para apontarmos uma melhora. A variação é ínfima perto do contingente de 2 milhões de empregos do setor, mas pelo menos não é negativa."

    Algumas áreas, como o mercado imobiliário e de incorporação de imóveis, ainda têm apresentado queda, segundo o sindicato.

    Os sinais positivos estão principalmente nas etapas anteriores às obras, como na preparação de terrenos.

    "Não seria nenhuma surpresa se voltássemos a ter resultados negativos nos próximos meses. O setor é uma consequência da economia, e ela só vai ter sustentação quando a reforma da Previdência for solucionada."

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    Sem exagerar no brilho

    A Brilia, fabricante de lâmpadas LED, vai ampliar sua produção após receber um aporte de R$ 40 milhões do fundo de private equity americano Cartesian.

    A empresa brasileira, que deverá encerrar 2017 com uma receita de R$ 220 milhões, vendeu uma fatia minoritária do negócio, diz o diretor-executivo, Vinícius Marchini.

    "É uma captação que permite atender clientes cada vez maiores, que precisam ter mais estoque, sem a necessidade de recorrermos a outras fontes de financiamento."

    A companhia tem como principais clientes residências e estabelecimentos comerciais pequenos. Ela não vende diretamente seus produtos, apenas os fornece para varejistas e distribuidores.

    O acordo com o Cartesian prevê ainda um novo investimento, de até R$ 40 milhões, caso seja necessário.

    "Na prática, não temos hoje uma necessidade de mais capital, por isso optamos por não ter um aporte maior."

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    Maromba... A Black Skull, marca de suplementos alimentares, vai investir R$ 15 milhões em desenvolvimento de novos produtos em 2018. A empresa planeja entrar nos mercados de bebidas energéticas e de barras nutricionais.

    ...e vida fitness Outro objetivo da companhia para o próximo ano é iniciar a venda de seus produtos fora do varejo especializado. "Queremos chegar a farmácias e lojas de conveniência", afirma o diretor-executivo, Marcelo Bella.

    Saúde Os fundadores da ONG Horas da Vida, que atende pacientes de forma gratuita, vão investir R$ 8 milhões em uma empresa que oferecerá, com custo, tratamentos, acompanhamento e exames médicos à população de baixa renda.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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