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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Saída de recessão fará produtividade dos trabalhadores subir neste ano

    19/11/2017 02h30

    Divulgação
    Linha de montagem da chinesa Chery em Jacareí (SP)
    Linha de montagem da chinesa Chery em Jacareí (SP)

    A produtividade dos trabalhadores brasileiros vai ter sua primeira alta desde 2013 estima o Ibre, instituto de economia da FGV. O indicador é baseado em números de valor agregado à economia e na quantidade de empregos.

    A entidade calcula que em 2017 a alta será de 0,5%.

    A retomada do desempenho econômico explica a melhora no índice de produtividade. Esse é um efeito cíclico e comum em saídas de recessão, diz Fernando Veloso, economista da instituição.

    Nas crises, capital e trabalho são usados de forma menos intensivas em um primeiro momento, e a produtividade sofre. Por isso, em 2015, houve uma retração grande desse indicador, de 3%.

    Produtividade do trabalhador brasileiro

    Quando empresas demitem, a quantidade de ocupados cai mais que o produto gerado, e o índice responde -em 2016, houve baixa de 1,3%.

    "A nossa previsão para 2017 é um aumento de 0,7% do valor agregado, e um pequeno aumento do emprego. Como a geração de riqueza vai subir mais que a população ocupada, a produtividade subirá 0,5%", afirma Veloso.

    A expectativa é que essas variáveis sigam na mesma tendência em 2018 e que a alta seja maior que a deste ano,diz.

    Na saída da recessão de 2009, a indústria não notou melhora de produtividade do trabalho, pois a retomada foi brusca, afirma Renato da Fonseca, gerente de competitividade da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

    "Havia muita demanda por trabalhadores, as pessoas não se interessavam em se qualificar, e o empregador, em financiar aprendizado."

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    Essa é para aportar na rádio

    A Varian, empresa de origem americana que manufatura equipamentos de radiologia para tratamento oncológico, investirá US$ 20 milhões (R$ 65 milhões) em um centro de treinamento e em uma fábrica em Jundiaí.

    A parte do aporte referente às instalações do local onde serão dadas aulas a técnicos brasileiros já foi feita. Falta ainda a parcela destinada à linha de produção.

    A companhia precisava fazer esse investimento como uma das contrapartidas de uma licitação de 2013 que ela venceu para fornecer equipamentos médicos ao Ministério da Saúde.

    A edificação está pronta e servirá ao centro e também à montadora, afirma Humberto Izidoro, diretor-geral da empresa no Brasil.

    "O compromisso é que a linha de produção comece a funcionar em dezembro de 2018. Enfrentaremos penalidades se não cumprirmos esse prazo, então pretendemos ter tudo finalizado no segundo semestre", diz.

    US$ 3,13 bilhões
    É a receita global com encomendas feitas em 2017

    120
    É o número de funcionários da Varian no Brasil

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    Leonardo Soares - 6.fev.2014/Folhapress
    AMAZON - SAO PAULO, SP, BRASIL, 06/02/2014 - Alex Szapiro, gerente de Brasil da Amazon. Amazon anuncia novidades para o mercado brasileiro (FOTO: Leonardo Soares/Folhapress,- FSP-MERCADO) ***EXCLUSIVO FOLHA****
    Alex Szapiro, gerente da Amazon no Brasil

    O que estou lendo

    Alex Szapiro, gerente da Amazon no Brasil

    Na hora da leitura, menos tecnologia e mais arte, ciência e ética. Responsável pela Amazon no Brasil, Alex Szapiro lê "The Gene", de Siddhartha Mukherjee, que depois de escrever uma "biografia" do câncer, debruçou-se sobre a história da genética.

    "Isso me interessou porque são discussões para entender o futuro. O livro é fantástico e trata de longevidade, cura e ciência", diz Szapiro. "O autor conta, por exemplo, que no início dos anos 2000 o sequenciamento de um genoma custava US$ 100 milhões e demorava anos para ser finalizado. Hoje, sai por menos de US$ 1 mil e só leva dias."

    Leonardo da Vinci
    Walter Isaacson
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    A mistura entre ciência e arte em "Leonardo da Vinci", de Walter Isaacson, atraiu o executivo. "A partir de anotações do artista, o escritor interpreta sua vida e sua obra."

    A terceira leitura de Szapiro é "Justice", por Michael J. Sandel, que aborda a ética ao longo dos séculos, além de religião, impostos e suicídio.

    "Sandel é professor de Harvard e escreve sobre as tendências da sociedade em relação a ética e valores."

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    Telinha paga

    O canal por assinatura Curta, que exibe filmes e documentários culturais, pretende licenciar, em 2018, 29 telefilmes e 13 séries por R$ 28 milhões por meio de recursos do fundo setorial audiovisual.

    A emissora, que estima seu público em 1,5 milhão de espectadores, já teve financiamentos aprovados pelo fundo de R$ 65 milhões em seus cinco anos, distribuídos em 63 filmes e 54 séries.

    Por exibir 12 horas diárias de programação nacional, o Curta tem incentivos na hora de financiar os projetos.

    "Temos descontos na hora de pagar o produtor pelo licenciamento. Desembolsamos entre 1,5% e 4,5% do orçamento, em vez de 5% ou 15%", diz o diretor, Julio Worcman. Sem a vantagem, essa proporção seria entre 5% e 15%.

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    A culpa é dos legumes

    INFLAÇÃO VERDE - Variação nos preços de supermercados em outubro, em relação ao mês anterior, em %

    A inflação nos supermercados voltou a crescer em outubro após quatro meses de queda, segundo a Apas (do setor) e a Fipe.

    Houve uma alta de 0,82% na comparação com setembro deste ano.

    O aumento foi motivado principalmente pelos reajustes nos preços de legumes, frutas e verduras. Batata, maracujá e limão tiveram incrementos de 55%, 49% e 43%, respectivamente.

    "Cerca de 70% da safra brasileira é colhida no primeiro semestre, e algumas culturas tradicionalmente entram em um período de entressafra, o que eleva os preços", afirma Rodrigo Mariano, economista da Apas.

    "Com a proximidade das festas de fim de ano, há inflação prevista em outras categorias, como bebidas alcoólicas, que até então eram frequentemente oferecidas com promoções."

    No acumulado deste ano até outubro, os supermercados registram uma deflação de 1,77%, diz Mariano.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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