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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Notas promissórias mais que triplicam em volume até outubro

    23/11/2017 02h30

    João Wainer/Folhapress
    Cédulas de real
    Cédulas de real

    As notas promissórias, um título de dívida que as empresas emitem para se financiar, mais que triplicaram nos primeiros dez meses do ano, na comparação com 2016, de acordo a Anbima (associação de mercados de capitais).

    As emissões desse de papel somaram R$ 18 bilhões até outubro, contra R$ 5,9 bilhões do mesmo período do ano passado. É a maneira de financiamento por título que teve o maior crescimento.

    Outras modalidades também tiveram altas, mas nenhuma cresceu na proporção das notas promissórias.

    O título geralmente tem prazo curto, de seis meses a um ano, diz Fabio Zenaro, superintendente da B3. "O perfil é de empréstimo ponte. Às vezes, a empresa se prepara para emitir debênture, mas precisa de fôlego e usa nota."

    A queda das taxas básicas de juros fizeram as emissoras procurarem mais a solução: muitas usam as notas para quitar dívidas mais caras, afirma Mauro Tukiyama, diretor de renda fixa do Bradesco BBI.

    "Tem havido busca para investimentos em capacidade fixa de produção e capital de giro, mas em menor grau. Isso é o que vai puxar [as emissões] de agora em diante."

    Uma regra ajudou a impulsionar o papel. Empresas não podem emitir debêntures em sequência. As que querem aproveitar o momento de mercado, mas estão impedidas por essa quarentena, colocam notas promissórias.

    A captação por meio de títulos no exterior também subiu neste ano, diz Aguinaldo Barbieri, gerente de mercado de capitais do Banco do Brasil: "já foram US$ 27,9 bilhões neste ano, contra US$ 20,2 bilhões em 2016 inteiro".

    O ANO DOS TÍTULOS - Emissões de dívidas por parte de empresas

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    Otis compra área de elevadores da Mitsubishi no Brasil

    A fabricante de elevadores e escadas rolantes Otis comprou a divisão brasileira da Mitsubishi que atuava nesse setor sob o nome Melco.

    O principal objetivo é fortalecer sua atuação no mercado de manutenção e modernização de equipamentos, afirma Julio Bellinassi, diretor-geral da companhia para a América do Sul.

    "A Mitsubishi tem uma carteira de serviços forte principalmente no Sul e no Sudeste, regiões onde nosso portfólio é bem significativo. É uma aquisição que fortalece o nosso atendimento a elevadores multimarcas."

    O valor da transação não foi revelado. A Melco teve prejuízo de R$ 28,1 milhões em 2016 e, em agosto deste ano, possuía capital social de R$ 138,4 milhões, segundo atas publicadas no "Diário Oficial" do Rio Grande do Sul.

    A Otis tem mais de 2.000 colaboradores no Brasil. "Ainda é muito cedo para falarmos [como será a absorção do portfólio] de novos equipamentos, da fábrica deles em Guaíba (RS) e de enxugamento de estrutura", diz Bellinassi.

    O acordo de compra inclui o fornecimento de peças e a transferência de conhecimento técnico da Mitsubishi para a compradora, que assumiu os contratos pendentes da multinacional japonesa na última terça-feira (21).

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    Atratividade energética

    O mercado livre de energia se tornou mais vantajoso em novembro, mas não o suficiente para atrair clientes que são tarifados pelas distribuidoras, segundo a FDR Energia.

    A comercializadora mede, mensalmente, a viabilidade financeira da migração de usuários menores, e registrou crescimento no índice após cinco meses de queda.

    Estados como Goiás, por exemplo, tiveram um reajuste alto da tarifa do mercado cativo e uma redução na de uso do sistema de distribuição, diz Erick Azevedo, diretor da FDR Energia.

    "Essa melhora ainda não impactou a migração. Quem está contratando no ambiente livre hoje são aqueles que precisam renovar contratos."

    A discussão de novas regras do mercado, que poderão alterar a contratação para clientes de menor porte, também tem influenciado, diz Alan Zelazo, da Focus.

    "Temos visto um volume reduzido de migrações em 2017. A previsão é de uma melhora a partir de 2019."

    DIFÍCIL DE CONVENCER - Índice de atratividade para a migração de empresas ao mercado livre de energia

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    Vinhos... A vinícola Salton deverá investir R$ 12,5 milhões em aquisição de novos equipamentos e desenvolvimento de produtos no próximo ano. A maioria dos recursos a ser aportados virá de financiamentos.

    ...e destilados A empresa vai comprar maquinário para sua unidade de bebidas destiladas, em Jarinu (SP), e prensas para a produção de vinho, em Bento Gonçalves (RS). Entre os produtos que vai lançar, haverá uma linha de licores.

    Turismo... A TZ Viagens, rede de agências da operadora Schultz, pretende abrir 19 franquias em 2018. A empresa, que tem atualmente 31 unidades, investirá cerca de R$ 5 milhões de recursos próprios no seu plano de expansão.

    ...multimarca A companhia, que também vende pacotes de concorrentes da Schultz, tem 45% de suas agências localizadas no Estado de São Paulo. O custo de abrir uma loja da marca pode variar entre R$ 70 mil e R$ 80 mil.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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