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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Parada, Samarco perde R$ 8 bi; MG e ES deixam de arrecadar R$ 978 mi

    24/11/2017 02h00 - Atualizado às 16h45
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    Avener Prado/Folhapress
    RIO DOCE, MG, BRASIL, 11-10-2016: Dragagem do lago da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), em que estão sendo usadas duas dragas que, juntas, retiram do lago cerca de 5 mil metros cúbicos de rejeitos por dia. Reportagem especial sobre um ano do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) explorou os 650 km devastados pela lama de rejeitos minerais da Samarco, que matou 19 pessoas e provocou a maior tragédia ambiental do Brasil. (Foto: Avener Prado/Folhapress, COTIDIANO) Código do Fotógrafo: 20516 ***EXCLUSIVO FOLHA***ESPECIAL***NAO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DA FOTO***

    Paralisada desde o desastre de Mariana (MG), a Samarco deixou de faturar R$ 8,06 bilhões e de pagar R$ 978 milhões em impostos aos Estados e cidades onde opera.

    A estimativa é da Tendências, que fez um estudo encomendado pela BHP Billiton, acionista da mineradora.

    "A [atividade da] Samarco representava 5% do PIB estadual", diz José Eduardo Azevedo, secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo.

    A empresa precisa de uma licença para o local que vai receber rejeitos de novas operações. Ela protocolou um projeto em 2016 para usar uma cava que servia à extração de minério de ferro.

    O conselho de política ambiental de Minas se reúne nesta sexta (24) para tomar uma decisão sobre o tema.

    "Se o conselho aprovar os pareceres, que são favoráveis, a Samarco poderá iniciar obras no local", diz o secretário de Meio Ambiente de Minas, Germano Gomes Vieira. A empresa prevê que em seis meses o espaço esteja adequado.

    Os conselheiros podem pedir vista, no entanto.

    Para voltar a operar de fato, falta também a licença para o complexo que inclui a barragem que rompeu em 2015, cassada após o desastre ambiental.

    A mineradora iniciou o processo para obtê-la em setembro. Técnicos do Ministério Público analisam os estudos que a Samarco entregou.

    "Nós podemos pedir mais informações. O processo depende de uma série de órgãos", afirma Andressa Lanchotti, coordenadora da força-tarefa do Ministério Público que trata do desastre.

    O retorno da Samarco só deverá ser possível no segundo semestre de 2018, estima ela.

    Arrecadacao

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    Falta de chuvas ajudou o setor de gás e consumo cresceu 20%

    O despacho de usinas térmicas para gerar eletricidade impulsionou o consumo de gás natural, que foi 20% maior em setembro deste ano em relação ao mesmo mês de 2016, diz a Abegás (do setor).

    No acumulado do ano, a alta é de 4,1% de volume.

    Com um nível baixo dos reservatórios, o despacho de gás para energia cresceu 24,5%. O consumo decolou a partir do segundo semestre, auge do período sem chuvas.

    "O mercado termelétrico é volátil e tem volumes muito grandes, então o impacto no total é significativo", diz Marcelo Mendonça, gerente estratégico da associação.

    Outros segmentos também tiveram ajuda de fatores externos. O automotivo, que subiu 8,4%, foi beneficiado pelos preços dos combustíveis concorrentes, os líquidos.

    As alíquotas de PIS e Cofins da gasolina e do diesel subiram mais que a do GNV, e a Petrobras passou a reajustar os valores deles todos os dias, com os preços internacionais como referência.

    Por fim, uma retomada da atividade industrial também beneficiou as vendas de gás.

    "O desempenho desse setor do mercado deve ser 6% maior que no ano passado, o que consideramos lento. A expectativa é de uma recuperação forte a partir de 2018", afirma Mendonça.

    gas

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    Às portas dos vizinhos

    A Hinode, de cosméticos, começará a operar em cinco novos países na América Latina em 2018, segundo o presidente da empresa, Sandro Rodrigues.

    Conhecida por adotar o sistema de marketing multinível, em que os revendedores faturam tanto pela venda direta como pela atração de novos vendedores, a companhia começou a atuar neste ano na Colômbia e no Peru.

    "Estamos com 5.000 consultores cadastrados nesses dois países. As vendas começaram em outubro, e atingimos US$ 2,5 milhões (R$ 8 milhões) neste primeiro mês", diz Rodrigues.

    O plano da Hinode também prevê pelo menos 20 franquias no Peru e na Colômbia até o fim de 2018.

    O valor de investimento previsto na expansão internacional do grupo ainda não está definido.

    "Com base no que já fizemos, para entrarmos em cinco países no ano que vem, o aporte será de pelo menos R$ 150 milhões, mas o número não está fechado."

    R$ 2,6 BILHÕES
    é a receita estimada da Hinode para este ano

    750 MIL
    é o número de revendedores

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    Relações internacionais

    Países europeus discutem restringir aportes chineses e isso pode favorecer o Brasil, diz Derek Scissors, do American Enterprise Institute, especialista em China que rastreia os investimentos do país asiático pelo mundo.

    "Por uma falta de reciprocidade de abertura da China ao capital estrangeiro, a Europa começa a falar em limitar o dinheiro chinês. Isso implicará uma fatia maior para nações emergentes."

    Ter boas relações com o governo chinês será ainda mais importante para países interessados nos aportes, diz.

    Depois de um avanço de empresas independentes em 2016, companhias ligadas ao Estado voltaram a liderar os investimentos. "O determinante, agora, é ter autorização do governo para atuar fora."

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    Parque para... A Rasen Bier, fabricante de cerveja, e a Gramado Parks, de parques e hotelaria, vão investir
    R$ 15 milhões em um centro de entretenimento que será um misto de restaurante, bar e museu com história da bebida.

    ...adultos O local também oferecerá cursos e terá um chafariz de cerveja. O aporte será destinado à construção do empreendimento de 2 mil metros quadrados localizado em Gramado (RS) e também à aquisição de equipamentos.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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