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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Bradesco Seguros vai investir no mercado imobiliário residencial

    10/12/2017 02h30

    Com expectativa de retomada do setor de construção, a BSP, empresa de empreendimentos imobiliários da Bradesco Seguros, vai investir R$ 1,5 bilhão em 2018.

    "Aceleramos agora porque prevemos um aquecimento da economia e cada edifício demora ao menos dois anos para ficar pronto. Queremos estar prontos para isso", diz o presidente, Octavio de Lazari Junior.

    A empresa, que até hoje fazia transações com imóveis corporativos, vai entrar também no mercado residencial.

    O primeiro projeto está em construção em São Paulo. Voltado ao público de alta renda, está localizado na Vila Nova Conceição e envolve investimentos de aproximadamente R$ 100 milhões.

    Há mais dois empreendimentos, ainda em fase preliminar: um no bairro da Bela Vista e outro em Perdizes.

    "Não faremos só imóveis de alto padrão, vamos diversificar os lançamentos", diz o executivo da seguradora.

    A BSP pretende também ampliar a sua atuação no mercado corporativo. Nesse segmento, há dois projetos para 2018.

    A companhia pretende usar parte dos 854 imóveis sob sua gestão - a maioria agências do banco - para desenvolver torres que podem ser alugadas.

    Até o fim deste ano, 96 imóveis que pertenciam ao HSBC serão incluídos no patrimônio.

    Ainda em fase de concorrência, a Bradesco Seguros tem três empreendimentos built-to-suit, em que o imóvel é construído sob demanda das empresas.

    "Ao menos um deles deverá sair em 2018", diz. Cada um representa um investimento de cerca de R$ 500 milhões.

    RAIO-X

    R$ 70,1 bilhões
    foi o faturamento da companhia em 2016

    R$ 4,287 bilhões
    foi o seu lucro líquido no ano passado

    R$ 600 milhões
    é a sua receita anual com aluguel de imóveis

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    Seguradora investe no modelo de clínicas próprias de menor custo

    A Bradesco Seguros vai ampliar a sua rede de clínicas próprias e estima chegar até o fim do ano que vem com oito novas unidades em funcionamento e vinte em construção.

    O aporte consta dos investimentos previstos pela seguradora na BSP.

    A seguradora tem apenas dois estabelecimentos em funcionamento, ambos em São Paulo. A ideia é chegar a Rio, Porto Alegre e cidades da Grande São Paulo em 2018.

    "Oferecemos as especialidades que têm maior procura. Escolhemos os locais onde há maior demanda dos nossos segurados", diz Octavio de Lazari Junior, presidente.

    As clínicas atendem principalmente pacientes com plano da empresa, mas oferecem consulta particular a R$ 250.

    "Os médicos recebem por tempo, não por paciente, e pedem só o exame necessário. Isso reduz a frequência do uso e a sinistralidade", diz.

    Apesar do investimento, a companhia descarta a incursão no ramo hospitalar.

    "O que havia de interessante nesse setor foi comprado e não vamos construir. Não somos dessa área".

    Na assistência odontológica, Lazari também avalia que não há espaço para aquisições após a compra no mês passado da Odonto System e da Odontoprev, em 2014. "O crescimento será orgânico".

    "Com a taxa de juros em queda, a recuperação do emprego e a melhora da economia, temos certeza absoluta de que o mercado imobiliário vai voltar a crescer em 2018. Estamos nos preparando para isso. Vamos contratar gente e expandir a empresa para aproveitar o auge depois."
    Octavio de Lazari Junior, presidente da Bradesco Seguros

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    PAREM AS MÁQUINAS - Importação de equipamentos industriais, em US$ bilhões

    Parque enferrujado

    A importação de máquinas e equipamentos caiu 15,5% no acumulado de janeiro a outubro deste ano, segundo a associação setorial Abimei.

    As transações totalizaram US$ 13,23 bilhões (R$ 43,6 bilhões) no período.

    A projeção é que 2017 termine com uma retração menos acentuada, de 12,8%, de acordo com a entidade.

    As empresas registraram um aumento no número de consultas por novas encomendas no segundo semestre, mas a maioria dos negócios ainda não se concretizou, diz Paulo Castelo Branco, presidente da Abimei.

    "Os anos de crise deixaram as empresas com o fluxo de caixa muito apertado para investir, e mesmo multinacionais têm tido trabalho para justificar à matriz novos investimentos no país."

    A expectativa é que o setor volte a ter um aumento das importações em 2018.

    "No ano que vem, deveremos voltar a crescer algo próximo a 10% em relação a 2017, mas vamos levar três anos para voltar aos níveis de 2014."

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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