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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Cortes de luz crescem por causa da falta de pagamento da conta

    17/12/2017 02h30

    Apu Gomes - 1.ago.2012/Folhapress
    Ligações elétricas clandestinas na favela da Paz, em Itaquera, na zona leste de SP
    Ligações elétricas clandestinas na favela da Paz, em Itaquera, na zona leste de SP

    Distribuidoras de energia intensificaram os cortes de fornecimento de luz para combater a inadimplência dos consumidores e as ligações ilegais (gatos) neste ano.

    Cerca de metade dos clientes não paga a conta no prazo, dizem executivos do setor.

    "Aumentamos o número de suspensões brutalmente. Só no último trimestre fizemos 409 mil - quase meio milhão de pessoas", diz André Dorf, diretor-executivo da CPFL, que tem cerca de 9 milhões de clientes.

    A inadimplência melhorou depois disso, afirma.

    A medida é considerada arriscada porque os consumidores podem fazer ligações ilegais de luz -o que aumenta o número de suspensões de fornecimento de energia.

    A Light fez 13% a mais de cortes em 2017. Isso é explicado pelo combate aos "gatos", diz o diretor comercial Fernando Pompeu.

    "Nós notificamos os clientes fraudulentos e cortamos o fornecimento. Eles pagam para se reconectar, mas a conta será elevada pelo consumo retroativo. Daí, eles ficam inadimplentes, e a empresa interrompe a luz de novo."

    A AES Eletropaulo diminuiu os cortes por causa de uma reestruturação das equipes do serviço, mas deverá intensificar a política, diz o diretor comercial Saulo Ramos.

    "Cresceremos as suspensões em 2018 e implementaremos um sistema de aprendizado com dados para nos ajudar na cobrança."

    A política das empresas deu certo: os índices de inadimplência caíram.

    SEM MEDO DO ESCURO - Suspensões do fornecimento de energia

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    Pane no sistema

    Entidades sindicais do sistema patronal estão tendo problemas para emitir guias de cobrança da contribuição pela Caixa Econômica Federal.

    À coluna, FecomercioSP (federação do comércio), CNC (confederação do setor) e CNI (da indústria) confirmam não conseguir emitir os documentos até a noite de sexta (15).

    "A Caixa não consegue se adequar à Nova Plataforma de Cobrança [sistema de emissão de boletos criada pela Febraban]. Precisamos de tempo para distribuir as cobranças", diz Ivo Dall Acqua, vice-presidente da entidade.

    A CNC afirma que faz "gestões junto ao banco para que sejam sanados problemas técnicos que prejudicam a emissão" dos documentos.

    Procurado, o banco diz ter sido procurado pela FecomercioSP para dar "apoio à emissão de guias 'em lote'" e que adotou "providências para atender ao pedido".

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    DETALHAMENTO DO ÍNDICE - Itens que compõem o indicador da atividade, em %

    DETALHAMENTO DO ÍNDICE - Itens que compõem o indicador da atividade, em % Demanda

    Um para frente, outro para trás

    Houve uma queda de 0,1% no indicador de atividade do Serasa em outubro. A agricultura foi a principal responsável pela diminuição do tamanho da economia no mês.

    O setor, que foi o responsável pelo crescimento no primeiro semestre, perdeu força ao longo deste ano, diz o economista do birô, Luiz Rabi.

    "Não há mais esse fator dinâmico na economia. A projeção do IBGE para a safra de 2018 é uma quebra de 9,2%."

    A queda da taxa básica de juros, que deve permear todos os setores de atividade, ainda não foi sentida nos serviços e mesmo no varejo, diz.

    "Existe uma defasagem para a redução dos juros atingir toda a economia. Estamos em uma espécie de vácuo."

    Pelo lado do consumo a piora foi generalizada. A importação de bens e serviços teve uma diminuição de 6,7%, a mais aguda de todas.

    No acumulado de 12 meses, o PIB medido pela Serasa está positivo em 0,3%, sustentado pelo crescimento de 11,6% da agricultura.

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    Varejo animal

    As maiores redes de pet shops do país vão acelerar seus planos de expansão para o ano que vem. O setor deverá fechar o ano com crescimento de 7,5%, segundo o Instituto Pet Brasil.

    A Petz, uma das líderes, vai investir R$ 120 milhões na abertura de 21 unidades e na ampliação de sua sede. Foram 17 inaugurações neste ano. A empresa tem hoje lojas em nove estados.

    "Chegaremos a Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e vamos ocupar mais um andar do prédio onde temos escritórios", afirma o presidente, Sergio Zimerman.

    A concorrente Cobasi, que tem 62 pet shops em cinco estados, abriu 18 pontos neste ano e projeta construir mais 20.

    "Nossas vendas subiram bem a partir de outubro. Isso sinaliza que 2018 será um ano melhor que este", diz Ricardo Nassar, sócio-diretor.

    Já a Petland, que possui 64 franquias, planeja chegar às 107 em 2018. A maioria dos negócios serão conversões de bandeira, segundo o CEO, Rodrigo Albuquerque.

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    Passaram... Menos da metade (48,2%) das famílias brasileiras não acumularam dívidas ou tiveram algum integrante desempregado neste ano, segundo a consultoria Nielsen, que consultou 8.400 lares.

    ...ao largo No ano passado, esse percentual era de 47,6%. Cerca de 37,4% dos lares que ainda sentem os impactos da crise econômica possuem membros com dívidas ou sem emprego desde, pelo menos, 2016.

    Na palma... Quatro em cada dez brasileiros que utilizam serviços digitais são adeptos das fintechs, segundo a consultoria EY. É a quarta maior taxa no mundo, acima da média global (33%) e atrás de China, Índia e Reino Unido.

    ...da mão Os serviços de fintechs mais utilizados por brasileiros são transferências e pagamentos (60%), investimentos (29%) e planejamento financeiro (21%). A pesquisa ouviu 22 mil pessoas em 20 países diferentes.

    45 do segundo Um montante de R$ 7,7 milhões que empresas destinaram a programas de apoio ao esporte e à cultura em troca de redução do ICMS serão liberados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo na segunda (18).

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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