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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Governo de SP reduz investimento em manutenção de estradas em 55%

    27/12/2017 02h30

    Eduardo Knapp - 1º.mar.2017/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, 01.03.2017: ESTRADAS-FERIADO - Trânsito carregado na chegada a São Paulo, na quarta-feira de cinzas após feriado de Carnaval, em São Paulo. (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress)
    Edital de manutenção de estradas foi republicado com corte de R$ 323 milhões em investimentos

    O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) reduziu em R$ 323 milhões a quantidade de recursos que serão investidos na manutenção e na conservação de estradas paulistas.

    Um primeiro edital publicado em junho pelo órgão previa a contratação de R$ 583 milhões para serviços, como reparo de buracos e melhorias na sinalização.

    A concorrência, porém, foi adiada devido a recomendações do TCE (Tribunal de Contas do Estado), e o documento foi republicado neste mês com um valor 55% menor, de acordo com o Sinicesp, sindicato paulista do setor.

    "Enviamos um ofício solicitando o adiamento desse processo para termos tempo de conversar com o governo e pedir para que o enxugamento seja revisto", afirma Carlos Eduardo Prado, gerente técnico da entidade.

    O documento foi enviado ao DER e também ao TCE.

    A diminuição dos recursos previstos se refere a obras recorrentes, de custeio, e a prioridade do governo estadual no momento são investimentos, segundo Ricardo Volpi, superintendente do DER.

    "Fechamos neste ano licitações cujos aportes somados totalizam R$ 1,5 bilhão na melhoria e recuperação de rodovias. Para investir esse montante, seria preciso rever os contratos de conservação", afirma Volpi.

    "Nós já conversamos com os sindicatos e explicamos diversas vezes", diz ele.

    "O que temos descrito no manual de conservação rodoviária são o [nível] mínimo, médio e máximo. Estamos no mínimo, em razão dos investimentos, e, com isso, reduzimos o nosso custo."

    *

    O buraco já foi mais embaixo

    O nível de emprego na construção pesada em São Paulo caiu 1,8% no acumulado deste ano até outubro, segundo o Sinicesp (sindicato paulista do setor).

    Apesar do número de postos de trabalho ter atingido seu segundo menor patamar em 2017, houve uma leve recuperação, diz Carlos Eduardo Prado, do sindicato.

    "No período de 12 meses até outubro, foram quase 8 mil vagas a menos e, ao se considerar apenas o intervalo a partir de janeiro, foram 1.500. É uma redução importante."

    A tendência é que esse nível se mantenha até o final do ano, diz ele.

    A desaceleração na queda de postos de trabalho começou em março, com o aquecimento do setor de rodovias.

    A projeção do setor é que o aumento das contratações por parte das concessionárias trará uma melhora no emprego em 2018.

    "Ainda é preciso ver o que vai acontecer em maior medida: geração de vagas por causa das concessões ou deficit devido a cortes no orçamento feitos pelo governo."

    PRONTOS PARA A OBRA - Número de empregos na indústria da construção pesada em SP

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    Na Justiça, três laboratórios disputam Annita, um remédio

    A Althaia, especializada em genéricos, vai produzir um antiparasitário em meio a uma disputa judicial sobre a validade da patente do produto, que não pertence a ela.

    O nome do remédio é Annita, e quem faz a pílula referência é a Farmoquímica.

    Outra empresa interessada no medicamento (a Eurofarma) entrou na Justiça para encurtar o prazo da patente.

    Houve uma primeira sentença favorável à indústria de genéricos no meio de 2017.

    Assim que saiu a decisão de primeira instância, a Althaia, que não era parte no processo, entendeu que tinha sinal verde para oferecer o genérico, afirma o controlador Jairo Yamamoto.

    "Nós imediatamente comercializamos o remédio. Isso durou 15 dias, e a Farmoquímica conseguiu na Justiça uma ordem para suspender o cancelamento da patente até uma segunda decisão."

    A suspensão, no entanto, foi revertida no último dia 14 de dezembro, e a Althaia voltará a produzir o genérico.

    "Quando há desentendimentos sobre patentes, as empresas buscam a Justiça, mas não colocam o produto no mercado. Nós fizemos isso."

    O laboratório que vende o medicamento de referência ainda espera uma vitória final no caso, diz Eduardo Câmara, advogado que o defende.

    "O mérito do nosso recurso ainda não foi decidido. Acreditamos que a patente será restaurada."

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    Ano novo, caminhão novo

    O Grupo G10, que reúne quatro transportadoras de carga do Paraná, vai investir R$ 75 milhões na renovação de parte de sua frota de caminhões em 2018.

    "Os últimos dois anos não permitiram troca de veículos. Em 2017, aportamos cerca de R$ 50 milhões na compra de novos itens, mas ainda não é suficiente", diz o presidente, Claudio Adamuccio.

    Somente a Transpanorama, maior empresa do G10, comprou 70 conjuntos –cada um formado pela cabine mecânica e pelo implemento– em 2017, por R$ 30 milhões.

    "Este ano foi bom para nossas transportadoras por conta da supersafra e pela retomada da economia, por isso recuperamos a capacidade de investimento", afirma o executivo.

    A projeção do grupo é faturar 10% a mais que em 2016, ano considerado ruim.

    Para 2018, porém, as estimativas são tímidas. "Dificilmente a safra de grãos chegará aos níveis registrados em 2017, mas com o ganho em transporte de bens industrializados, prevemos alta de 5%".

    R$ 1,1 BILHÃO
    foi a receita bruta em 2016

    1.600 CAMINHÕES
    é a frota atual do grupo

    3.500
    é o número de funcionários

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    Carne fresca

    A produtora de carne Frigol tem feito uma série de investimentos para ampliar sua capacidade de abate de animais, que está hoje em 60 mil cabeças por mês.

    Os aportes feitos neste ano chegaram a R$ 18 milhões, concentrados em equipamentos e compra de terras.

    "Iniciamos a criação e a engorda de animais em uma fazenda em São Félix do Xingu (PA), e ampliamos a produção de outras unidades", diz o presidente, Luciano Pascon. A produção de 2017 será 10% maior que a do ano passado.

    A nova área é a segunda da companhia no Pará e já tem 5.000 animais. "O projeto é chegar a 30 mil", diz.

    O maior aumento de produção –da ordem de 25%– virá do recente arrendamento de um frigorífico em Cachoeira Alta (GO) por 10 anos. A empresa não revela os valores envolvidos na transação.

    Em 2018, a Frigol comprará R$ 15 milhões em maquinário. As unidades de Cachoeira Alta e de São Félix receberão a maior parte do montante.

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    Resgate científico

    A Finep, financiadora ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, repassará R$ 66 milhões para o edital universal do CNPq (conselho de desenvolvimento científico).

    O financiamento deverá destravar 3.817 projetos aprovados no edital de 2016, segundo a entidade.

    A previsão é que um novo aporte, de aproximadamente R$ 50 milhões, seja feito no edital do ano que vem.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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