• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 16:36:51 -03
    Mídia Americana

    Jon Stewart volta e esclarece a piada que virou a eleição

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    03/11/2016 02h00

    No final do dia a manchete no "Drudge Report", com base no "Mail Online" , era "Weiner está em clínica de sexo". É o ex-deputado democrata que, ao ser investigado por "sexting", levou à descoberta de e-mails de Hillary e à reabertura do caso pelo FBI. Desde a capa do "NY Post" no fim de semana (abaixo), Weiner é a piada que ameaça eleger Trump. Para explicar, foi preciso voltar à cena Jon Stewart , ex-"Daily Show", que ecoou ao longo do dia.

    "Estou fora do jogo, mas tenho feito uma pergunta à minha TV: Que porra é essa?!", falou, em show para veteranos. "Eu achava que, quando o cara diz 'Vou pegar a boceta dela', a eleição acabava. Mas o FBI entra e voltamos a Weiner?" O jogo zerou: "É muito louco. A primeira mulher candidata ser derrubada por Bush [nome do repórter que ouviu Trump e gíria para vagina] e Weiner [gíria para pênis] é piada mal escrita".

    É por intervenções assim que o "Washington Post" , ao destacar o repetitivo humor americano nesta campanha, afirmou que os principais comediantes-apresentadores "ainda lutam para preencher o vazio deixado por Stewart".

    'DICKILEAKS'

    Reprodução
    Capa do jornal "New York Post" sobre caso Weiner faz trocadilhos com WikiLeaks

    Na capa que iniciou a série diária do tabloide 'New York Post' com Weiner, trocadilhos com WikiLeaks e pênis, masturbação, sujeira e sonda

    CNN se fecha

    O "New York Times" cobrou publicamente o canal por não responder às perguntas sobre favorecimento de Hillary por uma "analista" democrata. Mas o presidente da CNN voltou a abordar o caso, internamente, e vazou para "Politico" e outros que foi feita "investigação completa" -e "uma maçã estragada não corrompe o processo inteiro". Ou seja, a mistura de jornalismo com partido continua.

    Outro assunto

    A mesma CNN fez reportagem sobre como Trump "mudou o jornalismo", que abandonou a "falsa equivalência" -o registro dos dois lados, sem tomar posição. Alguns, como o acadêmico Jay Rosen, que se bate há anos contra a "simetria" artificial, afirmam que ela retornará assim que Hillary for eleita. Outros, como o editor da "National Review", acreditam que o jornalismo americano abriu nova fase, mais partidarizada, europeia.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024