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    Mídia Americana - Nelson de Sá

    De Drudge e Breitbart a Assange, parte do jornalismo também venceu

    10/11/2016 02h00

    Fim da manhã, Matt Drudge tuitou: "118.870.737 page views é de longe o maior dia dos 21 anos de história do 'Drudge Report'! Obrigado". E a Reuters noticiou que o Breitbart, outra força pró-Donald Trump, vai expandir as operações nos EUA e abrir sites na Alemanha e na França.

    Na mesma direção, o Twitter lotou de agradecimentos a Julian Assange , editor-chefe do WikiLeaks -que divulgou os e-mails que, na expressão repisada pela cobertura, levou Hillary Clinton à "morte por mil cortes". Chamando-o de "herói", ecoando o que Drudge escreveu dele, os gratos republicanos defendem o "perdão" de Trump para Assange. Repercutiu também sua defesa, no site do WikiLeaks , para publicar os e-mails: "É o que fazemos. Segurar até depois da eleição seria favorecer um dos candidatos, acima do direito do público de se informar".

    Quem se voltou contra Trump e acabou perdendo na audiência foi a Fox News. Na noite da eleição, o canal de notícias não passou de 12,1 milhões, contra 13,3 milhões da CNN.

    Reprodução
    Pró-Trump: Dizendo que "Nunca o mundo precisou tanto de mídia independente e sem medo", o "Guardian" pede na home page que o leitor apoie sua cobertura do novo presidente
    Pró-Trump: Dizendo que "Nunca o mundo precisou tanto de mídia independente e sem medo", o "Guardian" pede na home page que o leitor apoie sua cobertura do novo presidente

    Culpados
    Nas análises sobre os supostos responsáveis por Trump e pelo susto com o resultado, "Washington Post" e "Hollywood Reporter" apontaram a mídia em geral. O "New York Times" , os jornalistas em especial. "WP" , "The Hill" lembraram também as pesquisas. E para a "New York" ele "venceu por causa do Facebook".

    Mídia não falhou
    Contra a corrente, Jack Shafer, decano da crítica de mídia, hoje no "Politico" , diz que "Trump não foi falha da imprensa", que "foi bem-sucedida em expô-lo pelo que é, mas os eleitores simplesmente decidiram não se importar". Ele "venceu porque vendia algo mais valioso para eles do que integridade e humanidade".

    Quanto às pesquisas
    Nate Silver , a referência em estatística eleitoral nos EUA, relativizou a culpa dos levantamentos pelo susto. Segundo ele, "as pesquisas vão terminar sendo 'mais precisas' do que em 2012". Naquele ano, Obama tinha 1 ponto a mais nas pesquisas e venceu por 4. Agora, Hillary tinha 3 a 4 pontos a mais e vence no voto popular por 2.

    Acerto só aparente
    Silver questionou, com o mesmo raciocínio, o levantamento do "Los Angeles Times" que está sendo festejado, por "Variety" e outros, porque mostrou Trump à frente. Em relação ao voto popular, diz ele, "vai ficar entre as pesquisas menos precisas".

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