Uma linda carta de amor, falsamente atribuída ao ator Brad Pitt, se tornou viral nas redes sociais. Até Fátima Bernardes caiu na pegadinha e leu a carta em seu programa como se ela tivesse realmente sido escrita pelo ator.
A carta dizia: "Minha esposa ficou doente. Ela vivia nervosa por causa de problemas no trabalho, vida pessoal, seus erros com as crianças. Ela perdeu 13 quilos e pesava cerca de 40 quilos aos 35 anos. Ela estava constantemente chorando. Ela não era uma mulher feliz. Ela sofria de constantes dores de cabeça, dor no coração e tensão muscular nas costas. Ela não dormia bem. Ela tinha olheiras, cabelos desgrenhados. Ela parou de cuidar de si mesma. Ela se recusou a fazer filmes. Eu perdi a esperança e pensei que iríamos nos divorciar".
Brad Pitt, então, teria decido agir. "Afinal, eu tenho a mulher mais bonita do mundo. Ela é a mulher ideal para mais da metade dos homens e mulheres do planeta, e eu era o único que tinha permissão para dormir ao seu lado e abraçá-la. Eu comecei a mimá-la com flores, beijos e muitos elogios. Dei vários presentes e comecei a viver apenas para ela. Só falava em público a seu respeito e relacionava todos os assuntos a ela. Eu a elogiava a sós e em frente de todos os nossos amigos."
Angelina Jolie teria renascido. "Ela se tornou uma pessoa ainda melhor do que era antes. Ela ganhou peso, parou de ficar nervosa e começou a me amar mais do que nunca. Eu não sabia que ela podia me amar tão intensamente."
É curioso perceber que na falsa carta de amor estão presentes os desejos que encontro em muitas brasileiras: a necessidade de elogio, apoio e escuta; o reconhecimento por ser especial e única; o amor incondicional do marido. Talvez a carta tenha feito tanto sucesso por ser um grande alívio saber que "a mulher mais bonita do mundo" teria as mesmas fragilidades, inseguranças e medos de todas as mulheres. E também porque mostra que alguns homens buscam compreender e apoiar suas mulheres, especialmente nos momentos difíceis.
Com certeza esses homens não precisam ser nem tão bonitos e ricos como o Brad Pitt para serem amados ainda mais por elas.
É antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de 'Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade'. Escreve às terças, a cada duas semanas.