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    Mônica Bergamo

    João Roberto Marinho, das Organizações Globo, se reuniu com Lula em São Paulo

    DE SÃO PAULO

    26/08/2013 03h00

    João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, se reuniu com o ex-presidente Lula há alguns dias em São Paulo.

    PAZ 2
    O Instituto Lula confirma a informação. A Globo também. E diz, por meio da assessoria, que a conversa ocorreu "a pedido do ex-presidente Lula". Os dois se encontraram como já teria ocorrido "outras vezes".

    PAZ 3
    Depois do encontro circulou a informação de que, num momento de descontração, Marinho perguntou ao ex-presidente por que o PT detesta tanto a Globo. Com bom humor, Lula teria respondido que talvez fosse pelos mesmos motivos que a Globo detesta o PT. Os dois negam o diálogo.

    PAZ 4
    Os filhos de Roberto Civita -Giancarlo, Roberto e Victor- e a viúva, Maria Antonia, optaram por um único escritório de advocacia para cuidar da sucessão patrimonial depois da morte do presidente do Grupo Abril. Além da empresa, a lista de bens tem imóveis, fundos de investimento, uma pinacoteca particular, um helicóptero e concessões. Civita deixou como testamenteiro o advogado de família Luiz Kignel.

    LUPA
    A próxima sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) deve analisar a correição realizada no Tribunal de Justiça do Paraná. Há suspeita de irregularidades nas varas de falência, inclusive com a participação de magistrados. Caso sejam comprovadas, alguns deles podem até ser afastados do cargo.

    TERCEIRA VIA
    O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Carlos Alberto Reis de Paula, vê com preocupação o projeto de lei que libera a terceirização em toda a cadeia de produção, em tramitação na Câmara dos Deputados. "Quem ganha? Parece-me que são os empresários, que terão desoneração de suas obrigações", diz. Para ele, "os trabalhadores vão perder [com a aprovação], sobretudo pelo esvaziamento da representação sindical".

    NOVA VIA
    Sobre o Mais Médicos, Paula diz que cabe ao STF (Supremo Tribunal Federal) avaliar a constitucionalidade do projeto do governo federal. "Está se estabelecendo um novo sistema, que cria uma situação anômala em relação à legislação trabalhista, com um médico brasileiro ao lado de um cubano em situações diferentes. Como é que ficam os dispositivos constitucionais? Não sei se há um risco."

    QUEM DÁ MAIS
    Funcionários públicos no Brasil têm mais estudo e ganham mais, em média, do que os do setor privado. As conclusões são da pesquisa As Melhores Empresas para se Trabalhar, da revista "Você S/A". Há mais pós-graduados (37,8%) no Estado do que em empresas particulares (33,9%). Na comparação salarial, as privadas têm média de R$ 2.995, ante R$ 5.500 das organizações públicas.

    O APELO DRAMÁTICO DE ROSE MARIE MURARO

    Eduardo Knapp/Folhapress
    A feminista em 2011 em seu apartamento, no Rio
    A feminista em 2011 em seu apartamento, no Rio

    "Sou Rose Marie Muraro, chegando aos 83 anos, e como vocês sabem fui nomeada pelo governo federal, em 2005, a Patrona do Feminismo Brasileiro, e também cidadã honorária de Brasília e de São Paulo, além de ter sido duas vezes escolhida uma das mulheres do século."

    *

    É dessa forma que a celebrada escritora e intelectual começa a carta dramática enviada a seus amigos há alguns dias. "Semicega", como diz, e "semiparalítica", desabafa: está também passando por grave dificuldade financeira. E pede socorro.

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    "Depois de mais de cinquenta anos de dedicação à sociedade brasileira, encontro-me hoje numa situação financeira muito delicada porque não tenho mais condições físicas para ler nem escrever, pois minha miopia aumentou enormemente (42º), e uma pneumonia dupla me levou a força das pernas. Não posso mais trabalhar nem viajar como antes. Continuo trabalhando em casa dando assessoria para um senador e transformando algumas de minhas obras em e-book."

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    As despesas se multiplicaram nos últimos anos, relata. Os filhos ajudam. "Entretanto, meus custos com remédios, acompanhantes e outras despesas excedem em muito a minha receita. Preciso de mais recursos para continuar trabalhando."

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    Rose perdeu o pai quando era jovem, e rompeu com a família, "que era muito rica", para se engajar em movimentos sociais. "Se você tem hoje a sua liberdade, é porque eu fiquei pobre", disse ela à coluna. Nos anos 40, juntou-se à equipe de dom Helder Câmara. Trabalhou com Leonardo Boff na editora Vozes. E quer agora preservar o acervo do instituto que leva o nome dela, "para que os estudos de gênero continuem gratuitamente à disposição de toda a sociedade brasileira".

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    A entidade, explica na carta, foi criada em 2009 também "para ser uma forma de contribuição nesta difícil etapa final de minha vida". Ainda não obteve recursos públicos. "Mas continuamos trabalhando arduamente e participando dos editais acreditando que em breve seremos contemplados." O instituto sobrevive com recursos próprios, ajuda de "poucos amigos" e o dinheiro arrecadado em sua cantina.

    *

    Rose quer produzir documentários e e-books de diálogos com lideranças de movimentos sociais. "Pelo curto tempo que tenho", escreve, "preciso com muita urgência de uma secretária que possa ler para mim e redigir meu trabalho semanalmente". Segue a carta: "É contando com vocês, amigas e amigos, e com meu coração esperançoso que lanço esta campanha de contribuição financeira como forma de reconhecimento pelos meus longos anos de trabalho em prol da mulher brasileira, que mudou o pensamento de uma geração inteira, abrindo caminho para a transformação das novas gerações. (...) Serei eternamente grata. Isto me permitirá continuar vivendo e produzindo com as forças que me restam."

    *

    A ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) telefonou para dizer que fará de tudo para ajudá-la. Cem pessoas já depositaram algum dinheiro de forma anônima em sua conta. "Eu não conheço ninguém e agradeço a todo mundo. Valeu a pena", diz Rose. "Mas escreve aí: não estou pedindo esmola. Estou pedindo uma contribuição." E afirma: "Mesmo que ninguém me desse nada, eu faria tudo na minha vida outra vez."

    CURTO-CIRCUITO

    Laurentino Gomes lança hoje o livro "1889", às 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

    O Consulado de Portugal em SP oferece hoje jantar ao secretário de Cultura do país, José Barreto Xavier.

    Começa hoje a pré-Restaurant Week, só para quem tem os cartões MasterCard Platinum e Black.

    O Hospital das Clínicas da USP terá palestras grátis sobre saúde mental, quinta, no Instituto de Psiquiatria.

    Com ELIANE TRINDADE, JOELMIR TAVARES e ANA KREPP

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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