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    Mônica Bergamo

    No camarote da prefeitura, mãe de Haddad diz que 'Tá tudo uma baderna'

    DE SÃO PAULO

    02/03/2014 03h00

    No camarote da prefeitura, a mãe do prefeito Fernando Haddad, dona Norma, era uma das mais animadas. E sem papas na língua: "Ah, tô detestando", respondeu ela quando questionada sobre o filho ser prefeito. "Como por quê? Você não está vendo a sacanagem que estão fazendo com ele?"

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    Ela diz que não se conforma "de São Paulo perder a oportunidade de ter uma pessoa como o Fernando, que é preparado, que vai atrás, que é totalmente desprendido de qualquer interesse próprio, só pensa nos outros. E aí vem a turma do badalo e não deixa ele fazer nada! Queimam 138 ônibus, você acha certo?".

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    Definindo-se como "muito sincera", ela diz estar indignada também porque o prefeito foi impedido de aumentar o IPTU. "Minha casa é grande, no Planalto [Paulista], eu pago R$ 800, ia aumentar R$ 100. Se o rico não põe a mão no bolso, quem vai pôr?". E finaliza: "Eu já fui patriota, agora eu não sou mais, tá tudo uma baderna!".

    Bruno Poletti/Folhapress
    Norma Haddad, mãe do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, no camarote da prefeitura
    Norma Haddad, mãe do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, no camarote da prefeitura

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    Zeca Pagodinho faz o sinal da cruz sempre que uma escola de samba começa a desfilar no Sambódromo de SP. Sentado em um banquinho, debruçado no parapeito de um camarote, tenta evitar fãs e jornalistas. "Não gosto de tumulto." Está ali a trabalho: recebeu cachê estimado em mais de R$ 300 mil para cantar no espaço do Bar Brahma.

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    Na Copa, pretende sumir. "É muito homem!", diz. "Eu vou é cair fora. O Rio [onde mora] já tá uma zona agora, imagina na Copa." Vai para a França com a mulher, Mônica, as filhas, o neto. "A passagem tá baratinha, o hotel tá baratinho porque tá todo mundo vindo pro Brasil."

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    Já o ex-craque Ronaldo diz que sim, sempre gostou de agito. Mas a fama de baladeiro é injusta. "Passei a vida trabalhando, desde os 17 anos." As questões dos jornalistas são quase todas as mesmas, e ele diz à coluna: "Se você tivesse uma só pergunta para mim, qual seria?"

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    O que ele acha do escândalo Neymar, cujo pai recebeu milhões do Barcelona antes que o filho deixasse o Santos. Pensa por alguns segundos. "Eu acho que falta transparência. Como em vários outras situações no Brasil."

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    Uma repórter de TV fura o cerco: "Ronaldo, alguma fã já passou a mão nas suas partes íntimas?". Ele diz: "Já aconteceu. Mas eu tenho o meu cão de guarda aqui que me protege".

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    E aponta para a namorada, Paula Morais, que dizia aos repórteres: "A gente sempre dá palpite na roupa um do outro. O Ronaldo era meio coxinha paulista, agora está com um estilo mais carioca".

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    De fora do cercadinho, o ex-presidente do Corinthians Andres Sanchez gritava: "Ele ficou milionário por minha causa e agora me trata mal!". E Ronaldo: "Vamos fazer as contas de quem fez quem ficar milionário?". Sanchez dizia que o ex-jogador tinha virado um "Mickey gordo".

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    AÉCIO APARECEU, DILMA SUMIU

    Foi relâmpago a passagem do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) pelo Carnaval de Salvador. Desembarcou no final da tarde de sexta-feira e foi embora no início da madrugada de ontem.

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    Já em clima de folia, o senador esteve no show de Martinho da Vila, no Rio, dois dias antes, acompanhado da mulher, Letícia Weber. E contou que ela pode estar grávida de gêmeos. "Tem uma pessoa na plateia que eu vi miúdo e agora quer ser presidente da República, vê se pode", brincou o cantor. Aécio respondeu: "E vou ser".

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    Seu primeiro compromisso na Bahia foi prestigiar o prefeito ACM Neto (DEM), no camarote oficial da prefeitura. "É ótimo começar o Carnaval em Salvador. Ainda mais ao lado de um anfitrião com tanta popularidade", brincou o mineiro.

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    Neto evitou falar em apoio do Democratas ao tucano. "Estou recebendo o amigo, não o candidato". Vice-presidente nacional do DEM, o baiano José Carlos Aleluia foi direto: "Estaremos juntos".

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    Cinco foliões que passavam pelo Campo Grande chamavam pelo nome de Aécio. O mineiro se virou para cumprimentá-los do alto do camarote oficial. Alarme falso: eram críticos gritando impropérios contra o senador.

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    É por essas e outras que o governador baiano Jaques Wagner deu seu recado à presidente Dilma Rousseff, que desembarcou anteontem em Salvador e seguiu para descanso na Base Naval de Aratu, que pertence à Marinha.

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    "Não acho que vale a pena ela vir para o Carnaval. Nesses ambientes, qualquer atitude mínima pode ser mal interpretada", dizia Wagner.

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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