A família do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos deve apoiar o candidato Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno da campanha presidencial.
Os tucanos já tinham feito aliança com o grupo do ex-governador no Estado e apoiaram o candidato do PSB e herdeiro político de Campos, Paulo Câmara, ao governo contra o candidato de Lula, Armando Monteiro, do PTB.
Câmara venceu no primeiro turno, com 68% dos votos válidos.
Na eleição para a Câmara dos Deputados, o PT foi reduzido a pó: não elegeu um único representante para o parlamento. O candidato do partido ao Senado, João Paulo, também foi derrotado.
"Pernambuco mandou um recado muito claro, de que não quer a continuidade do PT", diz Antonio Campos, o Tonca, irmão do ex-governador, morto em agosto em um acidente de avião e substituído por Marina Silva como candidato à Presidência.
Ele ressalta que fala em nome pessoal. A viúva de Campos, Renata, e os filhos ainda devem se reunir com o PSB local antes de se pronunciar sobre eventual apoio.
Pernambuco foi o único Estado do Nordeste em que Marina Silva venceu Dilma Rousseff, por 48% contra 44% da petista. Aécio Neves teve 5,9% dos votos.
Filiado ao PSB, Tonca diz que levará a posição da legenda no Estado ao diretório nacional. "Eu defendo que o partido adote uma posição unitária", afirma. O apoio a Aécio não é consensual entre os socialistas.
Mas, ainda que o PSB nacional não caminhe no sentido desejado pela família Campos, eles vão explicitar a opção. "Eu, pessoalmente, voto no Aécio", diz Tonca. "É importante haver uma alternância de poder, dar uma mexida."
O irmão de Eduardo Campos diz que Aécio Neves deve visitar Renata Campos, viúva do político, nos próximos dias. O encontro já estaria sendo "articulado".
Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.