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    Mônica Bergamo

    Marina Ruy Barbosa quer sair da 'zona de conforto' dos papeis de 'boazinha'

    10/05/2015 02h00

    Um carro para em frente ao restaurante Spot dos Jardins. Dele desce um homem que dá a volta no veículo e abre a porta para uma garota. Antes que ela entre no local, ganha um beijo rápido e um sorriso do acompanhante. Os personagens da cena de cavalheirismo são a atriz Marina Ruy Barbosa, 19, e seu namorado, o empresário Caio Nabuco, 34.

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    "Danadinhas, hein?", diz ela quando as repórteres Marcela Paes e Taís Hirata comentam que presenciaram a despedida do casal.

    A reação da atriz, que não esboça nenhuma irritação, mas demonstra não querer dividir detalhes mais íntimos do namoro, parece reflexo de quem soube cedo o que significava ser famosa.

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    "Comecei muito pequena, estou acostumada. As pessoas são curiosas. Não me incomoda", diz enquanto pede bruschettas e se justifica: "Estou morrendo de fome!"

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    Seu primeiro papel de peso foi na novela "Começar de Novo", em 2004, aos nove anos –desde então, não parou mais. "Chego no Projac [centro de produção da Globo] e vou parando o tempo inteiro, conheço todo mundo."

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    Apesar da já longa carreira, agora Marina se prepara para a estreia em um papel diferente dos que costuma fazer na Globo: o de uma vilã na microssérie "Amorteamo".

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    "A oportunidade é muito boa pra mim, poder sair dessa zona de conforto do realismo", diz sobre o papel no melodrama fantástico. "E tem também o sotaque, a história se passa no Recife", explica a atriz, que vai interpretar uma noiva-cadáver na trama e buscou referências em filmes como "A Orfã".

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    Desta vez, não houve polêmicas em torno do cabelo de Marina, que aparece com uma peruca preta, ao invés de sua comentada cabeleira ruiva. Na época em que interpretava Nicole, na novela "Amor à Vida", em 2013, foi especulado que a atriz teria se negado a raspar os cabelos para a personagem.

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    "Foi uma polêmica criada pela imprensa, não pela Globo nem a equipe. Saiu muita mentira", afirma. "Às vezes a felicidade não vende. As pessoas não querem que esteja tudo certo, querem algum bafafá", diz com certa resistência e cara de quem não aguenta mais falar no assunto.

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    Este é um dos únicos momentos em que a maneira zen e a educação com que responde às perguntas são precedidas por um suspiro [baixo]. O outro é com a menção de seu relacionamento anterior, com o ator Klebber Toledo, 28.

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    "Nem sempre você vai ficar amigo de uma amiga pra sempre, às vezes você se afasta. Com ex [namorado] é a mesma coisa. Hoje em dia a gente não mantém mais contato. Vai fazer um ano, passa muito rápido. Parece que é recente, mas não é", explica.

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    Na época do namoro ela disse em entrevista que não dormia na casa de Klebber nem ele na sua. A declaração gerou comentários de que ela queria se casar virgem."Não sei de onde tiraram isso! É mentira, mas tudo bem, deixa falarem."

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    A comida chega. Enquanto o resto da mesa come uma massa com camarões, Marina prefere penne com tomate. A escolha nada tem a ver com dietas. "Tenho alergia a camarão", afirma.

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    Ela explica que só se preocupou com o peso quando interpretou Maria Ísis, na novela "Império".

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    "Sabia que ia ter cenas em que eu ia estar bem exposta... Dei uma segurada pra me sentir melhor e não me preocupar se está aparecendo 'isso ou aquilo'".

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    O discurso logo se confirma: para sobremesa, a atriz pede profiteroles com calda de chocolate e sorvete. Hoje mantém a forma com kickboxing. "Pensou que fosse balé, né?", brinca, fazendo alusão à fama de delicada. Volta a se empolgar quando explica como costuma se preparar para papeis.

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    "Para alguns trabalhos eu busco a ajuda de uma psicanalista. Ela me ajuda a traçar um perfil do personagem e a entender as reações", conta.

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    Por enquanto, deixa a psicanálise para a ficção. "Não fiz, ainda."

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    Afirma que nunca teve crise ou se ressentiu de ter passado parte da infância e adolescência em cenários e palcos trabalhando.

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    "Nunca perdi nada, só ganhei. Descobri cedo o que queria, mas claro tenho mais responsabilidade do que as garotas da minha idade. É uma profissão difícil, instável. Tenho estudado muito, me esforçado. Um dia, quero ser uma grande atriz."

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    A carioca, que é tetraneta do político Ruy Barbosa, teve acompanhamento próximo da família durante os tempos de atriz mirim. Atualmente ela não é empresariada pelos pais, mas a mãe cuida dos elogiados figurinos que a filha costuma usar em eventos.

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    Marina ainda vive com os pais e três gatos no bairro da Barra da Tijuca. "Um deles era de rua e eu adotei." Não foi o primeiro, já cuidou de mais de duzentos felinos. "Se vejo um na rua, principalmente filhote, levo e deixo pronto pra adoção", conta.

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    Durante a conversa, o celular de Marina não para de apitar, mas a atriz ignora as notificações. "No Instagram eu sou mais viciadinha, mas normal." Seu perfil na rede tem mais de 4 milhões e quatrocentos mil seguidores.

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    Apesar da popularidade, evita usar a conta para fazer propaganda. "Uma marca de fast food queria que eu colocasse uma batata frita no bigode pra uma promoção. Não tem nada a ver." Campanhas para marcas de roupas e uma linha de esmaltes estão entre os produtos que passam pelo crivo do que "é legal fazer".

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    A tietagem não fica só na internet. "Tem uma galera que me segue sempre. Vou num trabalho e a menina está lá. Tem
    um evento em SP, ela vai. Acho uma delícia."

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    Alguns admiradores chegaram até a fazer tatuagens em sua homenagem. "Tem uma com minhas iniciais, outra com o nome completo. Outras dizem: 'Acredita que acontece'". Diz que a frase é seu lema já há algum tempo.

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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