| Eduardo Knapp/Folhapress | ||
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Após sua apresentação no programa "Criança Esperança", da TV Globo, no sábado (15), o rapper Flávio Renegado recebeu críticas nas redes sociais pela música que cantou, com o trecho: "Insultos mil: tição, macaco, criolo, complete a lista/ Enquanto a KKK [Ku Klux Klan] bate panela na Paulista", referindo-se às manifestações contra o governo. Ele falou à coluna.
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Folha - O que você achou da repercussão da sua apresentação no "Criança Esperança"?
Flávio Renegado - Eu recebi o convite e me pediram pra fazer um rap específico pra lá. Eu estou num momento muito reflexivo, pensando na forma como a sociedade está se comportando. A letra traça muito esse caminho, mas pegaram um trecho específico e analisaram sem contexto. Quando eu levo essa reflexão pra KKK não estou falando que quem está na manifestação é o branco ou o amarelo ou o negro.
A que você se refere?
Falo da intolerância, do ódio que se espalhou. A menina sai de um culto de candomblé e toma uma pedrada. Homossexuais são assassinados e espancados. Em momento algum eu quis dizer que todas as pessoas que estão na Paulista são racistas. Se expressar é um direito de cada um. Meu novo disco, "Relatos de um Conflito Particular", vem muito nessa mão. Não posso falar quem tá certo ou errado. Mas quero garantir que todos tenham voz. E principalmente que quem vem da periferia também tenha voz.
A Globo chegou a conhecer o conteúdo da música antes de ela ir ao ar?
A apresentação foi ao vivo, mas antes ensaiamos e passamos o som. Várias pessoas ouviram e não houve nenhuma interferência.
Nas redes sociais foi dito que a Globo está contra os manifestantes e que você foi colocado no "Criança Esperança" para criticar quem foi à Paulista.
Quem fala isso é mal informado. Não conhece meu trabalho. Nem se deram ao trabalho de escutar as músicas. Tá faltando se aprofundar. Meu trabalho é o que é. Pode chegar e ouvir, tá liberado. Se quiserem criticar, também. Mas pesquisem.
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Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.