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    Mônica Bergamo

    Justiça manda continuar devassa em imposto de renda de Eduardo Cunha

    13/10/2015 02h00

    A Justiça negou pedido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que fosse suspensa uma fiscalização da Receita Federal sobre suas declarações de imposto de renda. "Quem não deve não teme", escreveu o juiz Pedro Pereira Pimenta, de Belo Horizonte, ao determinar que a devassa continue.

    DEUS É PAI
    Na sentença, o magistrado diz que o procedimento fiscal será "oportunidade e espaço do exercício de ampla defesa e do contraditório" para que Cunha possa "comprovar sua retidão fiscal e afastar de vez, se for o caso, as graves suspeitas que lhe pesam sobre os ombros". E cita a Bíblia: "A quem muito é dado, muito será exigido e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido".

    SOB PRESSÃO
    Em julho, o próprio Cunha divulgou que estava sob fiscalização. Na ocasião, acusou a Receita de agir para constrangê-lo a se posicionar a favor do governo.

    RECADO
    Parlamentares próximos de Michel Temer (PMDB-SP) disseram a Geraldo Alckmin (PSDB-SP) que o vice estaria disposto a cumprir mandato tampão se assumir a Presidência da República no caso de impeachment de Dilma Rousseff. Não concorreria à reeleição em 2018, deixando, assim, o caminho livre para outros candidatos, como o governador paulista.

    RECADO 2
    Alckmin revelou a interlocutores que não acreditou muito no que ouviu.

    AO MEIO
    Parlamentares e dirigentes do PT se dividiam entre duas hipóteses, que serão debatidas hoje em SP: tentar acordo com Eduardo Cunha até a última hora para tentar barrar a discussão do impeachment na Câmara -ou partir de vez para o ataque a ele, pedindo a cassação do parlamentar.

    FÔLEGO
    Uma das possibilidades de acordo seria apresentar requerimento questionando o próprio Cunha sobre o rito adotado por ele para analisar os pedidos de impeachment. O presidente da Câmara remeteria então o questionamento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), dando tempo para o governo reorganizar sua base no parlamento.

    -

    'MINHA SAÍDA DO STF FOI PLANEJADA, NÃO POR PRESSÃO', DIZ JOAQUIM BARBOSA

    Em rara aparição pública, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa foi à estreia da peça "O Topo da Montanha", estrelada por Lázaro Ramos e Taís Araújo, na sexta-feira (9), em SP. O espetáculo se baseia no último dia de vida de Martin Luther King, líder do movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA.

    Barbosa tem evitado declarações públicas –sobre o impeachment, por exemplo, ele se limita a lembrar o que diz em palestras restritas: "É uma bomba atômica, um abalo sísmico que pode implodir o sistema político de vez. Por isso, é preciso ter implicação direta forte de um presidente em fatos que legalmente justifiquem um afastamento". Depois do espetáculo, ele conversou com a coluna.

    *

    Folha - O ministro do TCU Augusto Nardes, que relatou as contas do governo no Tribunal de Contas da União, tem se comparado ao senhor, dizendo que agora entende por que o senhor havia se aposentado.
    Joaquim Barbosa - Eu vi. Mas ele está enganado. Eu não saí por causa disso [pressão]. Claro que existe, por todos os lados, mas minha saída do STF foi planejada por mais de um ano. Eu nunca pensei em ficar lá o resto da minha vida. Eu já tinha feito muita coisa, já estava bom.

    O senhor acompanhou a disputa entre o governo e o TCU, que tentou afastar Nardes do julgamento das contas?
    Sim, por cima. Fica muito feio pro governo essa situação toda, né? [Mudando de assunto] Você viu a peça? Gostou?

    Gostei. E o senhor?
    Achei muito bonita. Os dois [Lázaro Ramos e Taís Araújo] estão primorosos, né? Uma atuação magnífica.

    O tradutor da peça, o diplomata Silvio Albuquerque, trabalhou com o senhor no Supremo?
    Sim, o Silvio era o meu chefe de gabinete. Eu não sei da história direito, mas parece que ele conheceu o Lázaro Ramos no dia em que eu o recebi [o ator] para uma audiência. Foi uma loucura no gabinete, o pessoal ficou todo ouriçado, queria tirar foto com o Lázaro.

    -

    'ESTAMOS NOS ANOS 1940 NA QUESTÃO RACIAL', DIZ TAÍS ARAÚJO

    Depois de dois anos tentando viabilizar a peça "O Topo da Montanha", os atores Taís Araújo e Lázaro Ramos estrearam o espetáculo no Teatro Faap, na sexta (9). O casal também está na série "Mr. Brau", da Globo, cujo tratamento da questão do racismo rendeu reportagem no jornal inglês "The Guardian" comparando os dois aos músicos americanos Beyoncé e Jay-Z.

    *

    Folha - Viu a reportagem do "The Guardian"?
    Taís Araújo - Fiquei surpresa. Na verdade, aqui no Brasil saíram falando da comparação com Beyoncé e Jay-Z, mas não é só isso, né? Ela fala de como o Brasil é atrasado nessa questão racial. É uma crítica à sociedade brasileira. Uma série assim já deveria ter existido há muito tempo.

    Não gostou da comparação?
    Gostei. Eu acho ótimo! Só gostaria de ter aquela conta bancária. [risos]

    O Brasil está tocando agora nessa ferida do racismo?
    Acho que sim, acho que a gente descobriu também como tratar de uma maneira que atinge as pessoas. Mas tenho amigos americanos que dizem que estamos na década de 1940 na questão racial.

    Como compara a peça e "Mr. Brau" no tratamento do tema?
    As duas usam do humor para falar de um assunto que é muito sério. Não há maneira mais fácil de atingir e fazer com que a pessoa reflita do que com o humor.

    Nem todo humor é crítico.
    É, o humor racista, o humor contra gordo, contra religião, pra mim não é humor, não tem graça. Algo em que um está chorando e o outro está rindo é fácil de fazer. Quero ver fazer um humor em que todo mundo ria. Isso é humor inteligente. Você fazer piada em cima dos outros não é humor, é bullying.

    Você está acostumada a ver negros na plateia do teatro?
    Olha, infelizmente não. Não tanto quanto na estreia de hoje. Eu gostaria que tivesse mais. Ao mesmo tempo que eu gostaria que tivesse mais negros estudando aqui [na Faap], na PUC, nas escolas particulares. Não tem, e você sabe por que, né?

    -

    Reprodução
    Ana Hickmann em 2005, quando virou madrinha de aviadores da Academia da Força Aérea Brasileira
    Ana Hickmann em 2005, quando virou madrinha de aviadores da Academia da Força Aérea Brasileira

    RUSSA GAÚCHA
    Ana Hickmann se diz "surpresa" após a circulação de uma foto sua, vestida de piloto de avião, com a falsa notícia de que se trata de uma capitã russa que combate o Estado Islâmico. A história foi publicada em sites no exterior. O jornal francês "Le Monde" esclareceu que ela é, na verdade, "uma apresentadora e modelo bastante conhecida em seu país". A imagem é de 2005, quando a gaúcha virou madrinha de aviadores da Academia da Força Aérea Brasileira.

    DEPOIS DE THEO
    Sandy voltou aos palcos após um ano e meio afastada por causa do nascimento do primeiro filho, Theo. Os pais da cantora, Xororó e Noely, estavam com o neto nos bastidores da apresentação, no sábado (10), no Tom Brasil. A cantora Manu Gavassi e o humorista Marco Luque com a mulher, Flávia Vitorino, assistiram ao show.

    CURTO-CIRCUITO

    Denise Fraga e o elenco do Nia Teatro fazem leitura dramática no Teatro Sérgio Cardoso, nesta terça (13), às 19h. Grátis.

    Agnaldo Rayol grava DVD de Natal nesta terça (13), com o coral Allegro sob regência de Renato Misiuk, na Paróquia Nossa Senhora do Brasil.

    A Aliança pela Água lança nesta terça (13) relatório sobre violações do direito humano à água e ao saneamento no Estado de São Paulo.

    A 38ª Casa de Criadores vai desta terça (13) a sexta (16), no Campo de Marte, com programação a partir das 18h.

    A agência de publicidade nova/sb terá seu programa de integridade corporativa avaliado pela Controladoria-Geral da União.

    A exposição da artista plástica Tatiana Mendonça segue até o dia 30 de outubro, na Galeria Rezende, no Leblon, no Rio.


    com JOELMIR TAVARES, MARCELA PAES e LETÍCIA MORI

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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