• Colunistas

    Thursday, 02-May-2024 03:38:38 -03
    Mônica Bergamo

    Bumlai diz que deu jogo de armários embutidos à nora de Lula

    24/10/2015 13h53

    O pecuarista José Carlos Bumlai, acusado de receber propina para mediar negócios no setor de petróleo e repassá-los a uma nora do ex-presidente Lula, admite que deu de presente à parente do petista um jogo de armários, de valor irrisório.

    Foi um presente de casamento, disse o empresário a interlocutores.

    O lobista e delator Fernando Soares, conhecido como Baiano, afirmou em seus depoimentos que o ex-presidente Lula participou de reuniões com Bumlai, de quem é amigo, e o presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, sobre contratos da Petrobras.

    A reunião com Lula foi marcada durante as tratativas de Baiano, que atuava em nome da OSX, de Eike, e Bumlai para conseguirem um contrato de construção de navios-sonda com a Sete Brasil.

    Segundo a versão do delator, Lula teria prometido "ajudar a dar mais velocidade", mas os negócios supostamente intermediados por Bumlai não prosperaram.

    Mesmo assim, meses após a reunião, que teria ocorrido em 2011, Baiano diz ter repassado R$ 2 milhões em propina a Bumlai, que teria solicitado para uma nora de Lula.

    Lula disse que nunca autorizou o amigo a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano.

    Segundo a Folha revelou na sexta-feira, Bumlai disse a amigos que os recursos que recebeu do lobista serviram, na verdade, para pagar empregados de suas fazendas. Ele diz que contratou Baiano para ajudá-lo a vender uma termelétrica. Pela corretagem, lhe pagaria uma comissão milionária.

    Como estava precisando de recursos com urgência, já que seus negócios no setor agropecuário passam por dificuldades, Bumlai pediu a Baiano, na ocasião em que o contratou, um empréstimo para quitar dívidas com trabalhadores de suas terras.

    O lobista aceitou, segundo a versão do pecuarista. Como tinha recursos para receber de uma empresa ligada à OSX, de Eike Batista, para quem prestava serviços, Baiano pediu que a companhia repassasse o crédito a Bumlai.

    O dinheiro teria sido então depositado na conta de uma empresa da família do fazendeiro.

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024