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    Mônica Bergamo

    'Meu dinheiro não é o dele', diz Flávia, namorada de Eike, sobre críticas

    29/11/2015 02h00

    Em uma das diversas frases motivacionais que posta (quase sempre em inglês) em seu Instagram, a advogada Flávia Sampaio, 34, companheira do empresário Eike Batista, 59, diz que "o verdadeiro poder de um homem é medido pelo sorriso da mulher que está a seu lado".

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    "Sou uma pessoa do agora. Eu não consigo ter prazer em sentir tristeza. Vivo sem pensar no passado e no futuro", diz, entre muitas gargalhadas e sorrisos, durante a conversa com a repórter Marcela Paes em um restaurante em Ipanema, no Rio.

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    Depois de investir R$ 20 milhões junto com Eike numa grandiosa clínica de estética que funcionou por cerca de um ano apenas, ela tenta um novo negócio. Há seis meses, lançou um site de aluguel de vestidos para festa, o Powerlook.

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    A mudança de ramo coincide com a derrocada do companheiro. Estimado em US$ 30 bilhões há alguns anos, seu patrimônio deve ser reduzido a R$ 500 milhões, após negociação das dívidas com todos os credores.

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    "O negócio é totalmente meu. Ele só deu o nome. Achei tão genial que pensei que já tivesse sido usado, mas não. O Eike se interessa, ele é assim. Pergunta quantos vestidos foram alugados, quanto saiu. Eu até brinco que ele fica de olho no meu negócio pra virar meu concorrente [risos]", afirma.

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    Ex-professora de balé clássico, Flávia já trabalhou como modelo e mantém, até hoje, um escritório de direito societário com outros dois advogados, onde aparece para reuniões pontuais.

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    Passou a morar com o empresário (em uma casa no Jardim Botânico) depois do nascimento do filho deles, Balder, há dois anos, mas ainda tem um apartamento mobiliado em Ipanema, num prédio que hoje em dia usa "pra estacionar o carro".

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    É econômica na hora de publicar fotos do filho e falar de Eike em suas redes sociais. Abriu exceção em algumas ocasiões em que se pronunciou a respeito dos problemas do namorado, como quando um dos juízes que cuidavam do processo de ações fraudulentas no mercado financeiro movido contra ele foi fotografado dirigindo um dos carros de luxo apreendidos.

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    "É tão difícil viver o que a gente viveu Eu tô muito próxima ao Eike, óbvio, e vi tudo o que ele estava passando. Tem hora que você se sente acovardada porque é inacreditável o que estavam fazendo. A gente pensava que não era possível que ninguém visse o quanto ele estava extrapolando. Esse tipo de atitude precisa parar, não a investigação, os exageros."

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    Ela diz se importar menos que o marido com as críticas ao estilo de vida do casal. E tem resposta pronta para a patrulha que confronta seus gastos em viagens e festas com a atual situação financeira de Eike.

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    "São 11 anos de relacionamento. Mesmo assim, sempre fui muito independente. Mas é óbvio que as pessoas sempre associam tudo o que eu gasto ao dinheiro dele. Só que meu dinheiro não é o dele. Não sou essa pessoa que o povo às vezes acha que eu sou. Levam pra esse lado de que, se estou viajando, estou gastando dinheiro do Eike. Não somos casados. Só moramos juntos. E cada um tem sua independência financeira. Esse é o mundo atual. Se eu viajo, vou continuar viajando e vou levar meu filho. Cada um é cada um."

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    Diz que não gastou no site nem um décimo da quantia colocada na clínica em que era sócia de Eike., em 2011. Com investimento inicial de R$ 400 mil, ela pretende pôr mais R$ 600 mil para o crescimento do negócio.

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    A abertura de duas lojas físicas ("as brasileiras sentem falta de experimentar, ver o caimento") para aluguel das roupas já está nos planos.

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    Na lógica de Flávia, o negócio parece ter sido criado no momento certo: o da crise econômica.

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    "O aluguel do vestido está dentro dessa filosofia de gastar menos. Combina mais com o Brasil que a gente vive hoje. As festas são menores, é verdade, mas ninguém vai deixar de casar por causa de crise. E, pra ir na festa, tem que ter roupa! Temos vestidos que podem ser alugados por R$ 300", afirma.

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    O contato com os outros filhos do namorado, o administrador Thor e o DJ Olin, do casamento de Eike com a ex-modelo Luma de Oliveira, acontece principalmente nos churrascos de domingo. "O pessoal é bem carnívoro. Eu não comia carne antes, mas hoje em dia eu já como [risos]. Todo mundo mora perto, na mesma rua. Thor mora na casa ao lado. Somos uma grande família."

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    Diferentemente de outros membros do clã, ela dispensa a presença de seguranças para correr, fazer exercícios diários na orla da praia e ir para o trabalho, mas redobra os cuidados quando está com Balder.

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    "É muito triste a gente viver em uma cidade tão linda e que tenha tanta restrição de lazer público com uma criança. Você vai correr o risco de ter um arrastão com seu filho na praia? Tenho muito medo. Então a gente se restringe a ficar muito em casa."

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    Com a mesma facilidade com que sorri durante toda a conversa, Flávia fica com a voz embargada e cai no choro ao falar da mãe, que, segundo ela, sempre a ajudou com tudo, principalmente com seu filho.

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    "Ela está um pouco doente. É uma pessoa que faz tudo pra mim. É impossível falar dela sem [começa a chorar] A gente tem o mesmo signo, mas a gente é diferente. Ela é totalmente emocional, eu não. Eu só chorei agora porque é ela. Sou uma pessoa muito racional", diz, secando o rosto.

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    Toma um gole da água de coco e respira fundo, antes de mudar de assunto e voltar a falar entusiasmada da vida familiar.

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    "Eu não tinha nem panela no meu apartamento antigo. Hoje tenho uma casa pra administrar, pensar em cardápio, autorizar a lista de compras. Tudo isso estou aprendendo agora! Acho que a criança sente. Nós estamos lá, pai e mãe. E é gostoso depois que você tem filho."

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    A relação, que começou com Flávia achando que "não ia dar certo", ainda inclui gestos de romantismo, como o presente dado no início do namoro.

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    "A gente se conheceu e eu estava indo viajar. Ele pediu meu endereço e me mandou um colar com 12 'pedrinhas', que era o número de dias que eu ficaria fora. Intenso, né? Ele foi bem romântico, já agora... [risos] Tô brincando, ele é sim! Mas não precisa fazer isso. O que importa é o dia a dia."

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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