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    Mônica Bergamo

    Petista entra na Justiça contra médica que se recusou a atender seu filho

    29/04/2016 19h59

    Elson Sempé Pedroso/Divulgação
    A vereadora suplente Ariane Leitão durante discurso na Câmara de Porto Alegre

    A pediatra de Porto Alegre (RS) que se recusou a atender o filho de uma suplente de vereadora do PT será processada pela mãe da criança.

    Os advogados de Ariane Leitão pediram na Justiça a condenação da médica Maria Dolores Bressan por danos morais e solicitou o pagamento de três indenizações de R$ 80 mil, para a mãe, para o menino e para o marido.

    Um pedido de sindicância para analisar a conduta da médica já tramita no Cremers (Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul) desde março, após a denúncia de Ariane. Maria Dolores apresentou sua defesa, que será avaliada por um conselheiro.

    "A ação por danos extrapatrimoniais é motivada pelo comportamento preconceituoso que deixou a criança sem atendimento", diz Ramiro Goulart, advogado da petista. A pediatra não comenta o caso.

    A defesa de Ariane também pediu a suspensão do credenciamento de Maria Dolores no Ipergs (Instituto de Previdência do Estado), onde a profissional atendia o garoto.

    A justificativa da médica para interromper o acompanhamento da criança foi o fato de a mãe ser filiada ao PT.

    No dia 17 de abril, um dia após divulgação da gravação da conversa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, a médica mandou uma mensagem para Ariane dizendo que estava "declinando, em caráter irrevogável, da condição de pediatra" da criança.

    "Depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem [quarta, 16/3], onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho", escreveu Maria Dolores.

    Na ação judicial, a defesa da petista afirma que a pediatra "violou o Código de Ética Médica e a Constituição Federal, ao agir com extremo preconceito, e contra uma criança que nada tem a ver com as decisões e posições políticas dos pais".

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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