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    Mônica Bergamo

    Órgão do patrimônio veta prédios de Silvio Santos ao lado do Teatro Oficina

    26/09/2016 12h57 - Atualizado às 15h28

    Gabriela Di Bella - 30.jan.2016/Folhapress
    A área envidraçada do Teatro Oficina, que ficaria obstruída se os prédios fossem construídos
    A área envidraçada do Teatro Oficina, que ficaria obstruída se os prédios fossem construídos

    O Condephaat (órgão do patrimônio histórico do Estado) deu nesta segunda-feira (26) parecer contrário à construção de prédios ao lado do Teatro Oficina, na Bela Vista (região central), pelo Grupo Silvio Santos, proprietário do terreno.

    Há 20 anos o grupo empresarial tenta fazer um empreendimento imobiliário na área, na rua Jaceguai. Inicialmente, a intenção da Sisan Empreendimentos, braço imobiliário do grupo, era construir um shopping, que chegou a ser aprovado pela Prefeitura, mas foi cancelado com o tombamento do Teatro Oficina, em 2010. Para aprovação da obra são necessários os avais municipal, estadual e federal.

    Até hoje, todos os projetos que o grupo protocolou no Condephaat haviam sido aprovados. Esta é a primeira vez que uma proposta é indeferida. Foram dez votos contra a construção de duas torres no local, quatro a favor e algumas abstenções.

    "Estamos muito felizes com a postura do Condephaat de impedir que a especulação imobiliária acabe de vez com a cidade. A gente quer o espaço se desenvolva, mas uma torre enorme ali vai acabar com o Bixiga. Não é só teatro, tem diversos outros prédios importantes no bairro. O que queremos é que o terreno seja uma ocupação cultural", diz José Celso Martinez Corrêa, diretor do Teatro Oficina.

    Existem outros quatro bens na região que possuem área envoltória que incidem sobre o terreno: Casa da Dona Yayá, a Escola de Primeiras Letras, o Castelinho da Brigadeiro e o Teatro Brasileiro de Comédia. A decisão desta segunda, no entanto, só levou em consideração o tombamento do teatro. A argumentação é que é preciso preservar a visibilidade e o destaque do Oficina.

    "Vai além da obstrução da janela do edifício e da visibilidade. É uma luta histórica para cultivar a região culturalmente. Aquilo é um respiro para a cidade", afirma José Celso. "Sempre que falo com o Silvio Santos ele permite a gente fazer ocupações culturais no terreno. Já fizemos uma tenda, um circo. É essa empresa que cuida do empreendimento que não respeita o tombamento", diz o diretor.

    Procurado, o grupo Sisan ainda não comentou o assunto.

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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