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    Mônica Bergamo

    ONGs e Defensoria vão à Globo contra Faustão por frase vista como machista

    11/11/2016 02h00 - Atualizado às 17h08

    Zé Paulo Cardeal/Globo
    O apresentador Fausto Silva, no palco do "Domingão do Faustão"
    O apresentador Fausto Silva, no palco do "Domingão do Faustão"

    A Rede Mulher e Mídia, coletivo de entidades que defendem direitos das mulheres e lutam contra a violência doméstica, enviou à Globo um pedido de direito de resposta no "Domingão do Faustão". As organizações se queixam da afirmação de Fausto Silva no domingo (6) de que existe "mulher que gosta de homem que dá porrada".

    AO VIVO
    Para as ONGs, as declarações do apresentador são ofensivas, "atentam contra a dignidade da mulher, uma vez que reforçam estereótipos que há muito vêm sendo rechaçados pelo conjunto das mulheres brasileiras", e "corroboram para a manutenção do machismo". Elas dizem que, "como concessão pública, a TV Globo deve manter alguns compromissos com a ética e a dignidade humana".

    PRESSÃO
    A Defensoria Pública do Estado de São Paulo, por meio do Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher, também informa que mandou ofício endereçado à direção da emissora e a Fausto Silva. O documento diz que a afirmação dele vai contra a Constituição, que prega o fim das desigualdades, e convenções internacionais de direitos humanos das quais o Brasil faz parte.

    ABRINDO ESPAÇO
    "Nenhuma mulher gosta de apanhar. Muitas mulheres não sabem como buscar ajuda numa situação de violência, não recebem apoio da família ou da sociedade, inclusive com receio de ser julgada, como fez o apresentador", afirma a Defensoria. O órgão sugere que a Globo abra espaço no "Domingão do Faustão" para "uma discussão séria e qualificada sobre o tema, ouvindo especialistas e promovendo, dessa forma, uma campanha comprometida pelo fim da violência contra a mulher".

    TEMA PRESENTE
    A Globo diz que não havia recebido o pedido de resposta da Rede Mulher e Mídia até a noite de quarta (9). Afirma que "tem tradição de ser um veículo de comunicação que sempre defendeu os direitos da mulher em campanhas de conscientização, no seu conteúdo jornalístico e de entretenimento e em ações de responsabilidade social veiculadas em suas obras de dramaturgia e por apoio a projetos de entidades civis".

    TEMA 2
    Segue a emissora, em nota: "Temáticas que envolvem as mulheres, como equidade de gênero, violência doméstica e saúde da mulher, sempre foram discutidas pelas novelas da Globo ao longo dos anos —dados de 2008 a 2015 mostram que 2.130 cenas abordaram o assunto, ajudando a desconstruir estereótipos e divisões de gênero. Programas de variedades também repercutem as tramas e os principais fatos do país, colaborando para ampliar as reflexões".

    Leia a coluna completa aqui.

    mônica bergamo

    Jornalista, assina coluna com informações sobre diversas áreas, entre elas, política, moda e coluna social. Está na Folha desde abril de 1999. Escreve diariamente.

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