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    Natuza Nery

    Procura-se um ministério

    10/12/2013 13h06

    Dilma prometeu para janeiro a reforma ministerial, mas já revê o prazo nos bastidores. Tudo pode mudar somente em março.

    Os mais próximos afirmam que a presidente ainda não sabe se fará na Esplanada apenas uma operação "tapa buracos" para substituir quem concorrerá nas eleições ou se optará por um recapeamento geral com nomes de maior peso e visibilidade; a tal "cara nova".

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    A petista adoraria, por exemplo, colocar a senadora Kátia Abreu na Agricultura, mas deve acabar convidando um peemedebista, digamos, anônimo para a vaga. Afinal, não é fácil convencer alguém a não disputar mandatos quando se tem apenas poucos meses de governo pela frente e a incerteza de mais quatro anos no poder.

    Por sorte, há sempre aqueles dispostos a abrir mão das urnas. Mercadante, a grande esfinge desta reforma, é um desses.

    Hoje ministro da Educação e influente conselheiro presidencial, gostaria de assumir logo a Casa Civil. A chefe, porém, tem dúvidas. Acha um risco a vida dupla de gerente de governo e coordenador de campanha, e até acharia mais seguro oferecer somente a segunda opção ao auxiliar não fosse a dificuldade de encontrar nomes fáceis para tocar a gerência do Executivo.

    Sua eventual permanência na Educação, entretanto, não significa caminho livre para remanejamentos já manjados na imprensa. Ninguém com acesso às contas da chefe banca hoje a ida dos sempre cotados Miriam Belchior (Planejamento) e Carlos Gabas (secretário-executivo da Previdência) para a Casa Civil.

    Outra máxima dada como certa pode não ocorrer.

    A ministra Ideli Salvatti, articuladora política do Planalto, andou dizendo nos gabinetes palacianos que cogita ficar onde está.

    A poucos dias do fim de 2013, a foto oficial de 2014 ainda traz mais interrogações que certezas.

    Os mais experientes afirmam: reforma ministerial que se preze não é feita para dizer como o governo termina, mas como o próximo, se houver, começa.
    Quando há dúvidas sobre a mensagem, não adianta trocar a equipe sem alterar a narrativa.

    Na Fazenda, onde não se pretende mexer nem no trigésimo escalão, nem mesmo a reencarnação da Margaret Thatcher no comando da pasta resolveria os problemas de credibilidade se o estilo e os (maus) hábitos na política fiscal se mantivessem intactos.

    natuza nery

    Escreveu até setembro de 2016

    Foi editora do Painel.

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