O movimento pró-impeachment pode até não ter encolhido, como gostaria o Palácio do Planalto, mas também não há sinais claros de que tenha engrossado nos últimos dias.

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff fecha sua reforma ministerial de olho em interromper qualquer chance nesse sentido. Uma última cartada em nome da governabilidade.

É bom lembrar que o partido que ganha agora sete ministérios é o mesmo que decidirá, em novembro, se rompe com a presidente da República.

Mas de que vale, então, negociar a ampliação de poder na Esplanada se prevalece a intenção de desembarque do governo daqui a um mês?

Isso só ocorre porque, internamente, os grupos peemedebistas que flertam aqui e ali com a tese do impeachment ainda não têm certeza de que a ideia esteja madura. Tivessem essa convicção, não haveria indicações para a Saúde, para Portos, Aeroportos, e por aí vai.

Não que um partido com o histórico do PMDB tenha algum constrangimento em pular fora quando achar conveniente.

Até novembro, será possível avaliar melhor o cenário político e, se preciso for, devolver os anéis à presidente para poder tirar-lhe os dedos.

Por isso Dilma precisa usar a reforma para, além de salvar o próprio pescoço, garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal.

Mais do que distribuir cargos e esperar favores em troca, é preciso dar um rumo à economia. Aí, sim, as chances de deposição poderão ser, verdadeiramente, enterradas.

Por ora, não estão.

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Caros leitores, com o texto acima encerro minhas colaborações neste espaço.

A partir de segunda-feira (5), migro para a coluna Painel, conteúdo diário que passo a editar. Obrigada a todos. Nos vemos por lá.