DE SÃO PAULO - Não é de agora, no Vale do Silício e mundo afora, que a cobertura de tecnologia se confunde com o marketing das empresas, das grandes principalmente.
Controvérsias vão e vêm sem parar, envolvendo de TechCrunch a DigiTimes, para não falar dos sites e blogs que reproduzem as próprias marcas de tecnologia em seus nomes.
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Hoje o Google lançou o Chromecast e a torcida organizada entrou imediatamente em campo.
Até a "Wired", da Condé Nast, se deixou levar, para acordar depois, em Update, que tudo depende da qualidade da rede wi-fi.
Volta e meia as maiores referências se deixam confundir. Ontem, por exemplo, foi dia do All Things D, site de tecnologia do "Wall Street Journal".
No caso de hoje, a revolução anunciada tentou proclamar uma suposta vitória do Google sobre a Apple, na disputa para unir televisão e internet.
Já a revolução anunciada ontem proclamava a suposta vitória do Facebook sobre o Twitter, na disputa para estabelecer pontes entre as mesmas televisão e internet.
Nem é preciso lembrar que, para os supostos vitoriosos, estão em jogo mercados gigantescos, em escala global, e bilionários lançamentos de ações, IPOs.
Daí o BuzzFeed ter respondido com virulência ao All Things D, que "levantou bandeira" para um estudo que usou dados obtidos "com a cooperação do Facebook".
O estudo seria parte de um golpe de marketing sobre o sucesso dos "hashtags" no Facebook _esforço que começou na Comic-Con, coordenado pela assessoria ID-PR, de Los Angeles.
Atingidos ontem e hoje por Google e Facebook, Apple e Twitter também estão em campo com seus golpes de teatro.
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No meio do tiroteio, a cobertura de tecnologia é acusada de ser tudo, de "extensões do departamento de marketing" a "aparato ideológico".
Também de estar "no limiar da corrupção", nas palavras de Heidi Moore, do "Guardian".
nelson de sá
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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.