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    Nelson de Sá

    O custo NSA, para Google e Facebook

    12/02/2014 03h00

    Não foi só a perda do contrato dos novos jatos militares brasileiros, pela americana Boeing.

    Duas das maiores empresas que fecharam contratos com o programa de espionagem Prism, da Agência de Segurança Nacional dos EUA, Google e Facebook serão alvo de devassa fiscal ordenada à Receita pela presidente Dilma Rousseff.

    Segundo "O Globo", a criação de uma força tarefa para investigar ambas se deve ao fato de que "essas empresas estão no topo da lista dos maiores sonegadores de impostos do país".

    Aliás, "o Google é o segundo faturamento em publicidade no Brasil". Só perde para a própria Globo. Antes avesso ao mecanismo, o Google passou a conceder bonificação por volume, o incentivo às agências publicitárias criado pela Globo.

    Em 2013, seu faturamento teria atingido mais de R$ 3,5 bilhões, segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ecoando "informes produzidos pela área econômica" do governo.

    Já a Globo, de longe o primeiro faturamento em publicidade no Brasil, teria atingido R$ 14,4 bilhões –dos quais R$ 2,9 bilhões teriam sido repassados às agências, na forma de bonificações, pelo volume de propaganda que forneceram.

    O problema para o governo é a sonegação. Os serviços de Google e Facebook no país, segundo "O Globo", recebem pagamentos com cartões internacionais, fora do balanço das subsidiárias.

    Quer dizer, "essas firmas vendem aqui e recebem em paraísos fiscais, lucram ao atuar fora da lei que rege os concorrentes", diz "O Globo". Daí a devassa, cuja inspiração veio da ação "dura" da Alemanha de Angela Merkel contra as duas.

    E tem mais: Dilma quer também a adoção de legislação que as obrigue a pagar direitos autorais.

    *

    Na semana passada, o ministro das Comunicações deixou clara a sua opinião sobre o Google, em particular:

    "O Google está se tornando o grande monopólio da mídia. A gente vê disputa entre teles e TVs, e provavelmente, se durar, o Google vai engolir os dois. Se uma empresa tem 91% de participação num setor, é evidente que talvez seja o caso de discutir. Podemos ter dois tipos de veículo vendendo publicidade, um pagando imposto e outro não pagando nada? Isso tem que ser visto."

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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