A CNN, que pouco ou nada noticiou sobre os documentos da CIA revelados pelo "WikiLeaks", acaba de informar que a mesma CIA e o FBI abriram investigação criminal sobre o vazamento. Aliás, "a CIA também está tentando determinar se existem outros documentos com o WikiLeaks".
Via Twitter, Julian Assange já respondeu, com um misto de ironia e ameaça, que publicou até agora menos de 1% do que tem:
Nesta quarta, dia seguinte ao vazamento, "New York Times", "Financial Times", BBC e "Frankfurter Allgemeine Zeitung", o jornal alemão que acompanha o caso com maior prioridade, voltam os olhos para as primeiras reações das empresas de tecnologia atingidas.
São enunciados como "reacende a tensão entre Vale do Silício e agências de espionagem" ou "Samsung avalia com urgência segurança de dispositivos".
A exemplo da sul-coreana Samsung, também Google e Microsoft são lacônicas, dizendo apenas que estão levantando os "buracos" em seus sistemas, mencionados nos documentos. A Apple garante que já fechou as entradas usadas pela CIA.
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Em seu talk show na CBS, o apresentador e comediante Stephen Colbert cobrou o ex-diretor da CIA Michael Hayden sobre a espionagem via smarTV, em especial, e ouviu resposta em tom de piada:
— Existem algumas pessoas más no mundo que têm TVs Samsung.
O foco da entrevista foi a espionagem de americanos, que o ex-diretor negou. Colbert, como Hayden, parece ver a quebra de privacidade de cidadãos de outros países como ação até necessária.
Sobre a questão, o "WikiLeaks" diz que desta vez suprimiu dos documentos "milhares de alvos e ataques das máquinas da CIA na América Latina " e outras regiões.
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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.