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    Nelson de Sá

    China e Europa cobram podridão, Temer oferece pagar churrascaria

    20/03/2017 03h00

    Domingo à noite, a agência Associated Press despachou que Temer "tranquilizou países importadores", "minimizou a investigação" e "convidou os embaixadores para uma churrascaria".

    Já a Bloomberg destacou que "investigação cresce e parceiros estudam impacto ". Cita cobranças formais da China, "maior mercado da carne brasileira", da União Europeia, "segundo maior", e dos EUA.

    O "Wall Street Journal" enfatiza desde o sábado que o escândalo da carne ameaça lançamento de ações da JBS e venda de parte da BRF. Ouviu de Shin Lai, estrategista da Upside Investor: "Os investidores não têm nenhuma confiança [na JBS]. Qual é a credibilidade? ".

    Do "New York Times", depois de descrever a compra de fiscais por funcionários de JBS e BRF: "Os subornos eram canalizados para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro de Michel Temer".

    Reprodução
    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, entrevistado pelo canal CNBC durante reunião do G20
    No canal financeiro CNBC, ministro da Fazenda promete acelerar crescimento neste ano

    VAI CRESCER

    Em meio ao escândalo da carne, na reunião do G20 na Alemanha, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central venderam que o Brasil volta a crescer em 2017, em entrevistas para CNBC (imagem reproduzida acima) e "Financial Times". O chefe do BC chegou a prometer "alcançar crescimento de até 3% nos últimos três meses do ano ".

    NÃO VAI

    A "Forbes" não está convencida. Kenneth Rapoza, que cobre emergentes, diz que a expectativa de crescimento do Brasil, que era de 1% neste ano, acaba de cair para 0,7%. "E mesmo isso se deve mais às commodities, à demanda maior de China, seu grande mercado, Europa e EUA".

    O desemprego de dois dígitos e o escândalo "atingindo um terço do Congresso prometem colocar as reformas em compasso de espera".

    'MEGA-MARTIN'

    Nos EUA, a visita da chanceler Angela Merkel rendeu títulos irônicos como "Líder do mundo livre encontra Trump", no site "Politico".

    Na Alemanha, jornais como "Süddeutsche Zeitung" e "Die Zeit" passaram o fim de semana atentos não a Merkel, mas Martin Schulz, o candidato social-democrata que surge como inusitado favorito nas eleições de setembro. Portador de "velhos temas social-democratas", é comparado ao ex-chanceler Willy Brandt (1913-92).

    TRUMP VS. FMI

    O governo americano, que vetou a defesa de livre comércio no comunicado final do G20, indicou para subsecretário do Tesouro um economista que há 20 anos ataca organizações como o FMI, alerta o "NYT". Seu tema recorrente é criticar a burocracia "ansiosa por resgatar governos gastadores que batem à porta, seja Brasil ou Grécia".

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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