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    Nelson de Sá

    TV celebrou 'beleza de nossas armas', mas imprensa nos EUA já vê problema

    07/04/2017 16h25

    bubba

    A primeira reação nos EUA, via mídia, foi de exaltação ao ataque.

    O âncora Brian Williams, da MSNBC, reproduzido no vídeo acima, se deixou empolgar pelas cenas distribuídas pelo Departamento de Defesa às TVs americanas e citou fora de contexto um verso do canadense Leonard Cohen (1934-2016) na canção "First We Take Manhattan":

    — Nós vemos essas belas imagens à noite, dos deques desses dois navios da Marinha americana no Mediterrâneo, e eu fico tentado a citar o grande Leonard Cohen: Eu sou guiado pela beleza de nossas armas. São belas imagens de armas atemorizantes fazendo o que é, para elas, um voo breve.

    Amplamente ridicularizado, o militarismo poético de Williams se reproduziu de maneira mais contida na imprensa de referência.

    O tom começou a mudar na tarde de sexta, quando "New York Times", "Washington Post" e "Wall Street Journal" acordaram, em suas manchetes digitais, para o efeito do ataque nas relações dos EUA com a Rússia –e no combate ao Estado Islâmico.

    O "WSJ" anota que o ataque não ameaça o poder de Assad.

    PS 19h - A Reuters confirma que a base atingida continua em atividade.

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    Enquanto veículos pró-democratas como MSNBC e os próprios democratas festejavam Trump pelo ataque, a base original do republicano o criticava e, em alguns casos, rompia publicamente com ele –como no tuíte acima, de um editor do "Infowars", site próximo do republicano.

    Mike Cernovich, jornalista-símbolo da extrema-direita que teria chegado ao poder com "Trump", é dos mais críticos em seu perfil de Twitter, espalhando que o ataque com gás não foi realizado pela Síria, mas por "agente do Estado profundo" –o establishmente que estaria engolindo "Trump".

    Ao fundo, "NYT" e "WSJ" informam que Steve Bannon, originalmente do extremista "Breitbart", está em crescente conflito com o genro do presidente e pode perder o cargo de estrategista-chefe da Casa Branca.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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