Gabriel Sherman, da revista "New York", deu a notícia em primeira mão no final da manhã. E à tarde o grupo 21st Century Fox, de Rupert Murdoch e seus filhos James e Lachlan, confirmou com a nota reproduzida mais embaixo, dizendo:

— Depois de uma análise completa e cuidadosa das alegações contra ele, a empresa e Bill O'Reilly concordaram que Mr. O'Reilly não vai retornar ao canal Fox News.

As acusações são de assédio sexual, publicadas em longa reportagem do "New York Times", há quase três semanas. A publicação foi seguida de um boicote ao programa do apresentador, "The O'Reilly Factor", que acabou alcançando mais de 50 anunciantes.

A Fox News já informou, no ar, que o apresentador Tucker Carlson vai substituir O'Reilly. É a terceira mudança seguida no canal, depois das saídas de Roger Ailes, seu criador e principal executivo, demitido também por assédio sexual, e da apresentadora Megyn Kelly, que teria ido para a NBC em parte por ter sido assediada por Ailes.

Na nota, Murdoch, que resistia à demissão, e os filhos, que foram a favor, acrescentam confiar que o canal "continuará a ser uma potência no jornalismo a cabo".

Na mídia conservadora, a reação é grande. É manchete no "Drudge Report", destacando que ele ficou "décadas no topo". No site "Breitbart", "Esquerda ativista consegue escalpo monstro ".

Na manchete do liberal "NYT", "O'Reilly está fora da Fox News com aumento de acusações de assédio".

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O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.