Na agência chinesa Xinhua, "Lula afirma que greve geral no Brasil foi um 'sucesso completo'". O despacho destaca entrevista de rádio, à Rede Brasil Atual, em que o ex-presidente disse ainda que foi uma demonstração de força :

— O movimento sindical e os brasileiros estão fazendo história. As pessoas ficaram em casa. É uma demonstração clara de que decidiram acabar com a supressão dos direitos. É uma satisfação saber que o povo brasileiro está tomando consciência.

Acrescentou que, "se se quer resolver o problema da Previdência, é necessário que a economia cresça de novo, mas o governo só sabe cortar".

Na agência americana Associated Press, "Greve para grande parte do Brasil para protestar contra leis trabalhista e previdenciária".

O despacho registra que, segundo a CUT, 35 milhões de brasileiros não foram trabalhar, mais de um terço dos trabalhadores. "Mas o governo minimizou a greve", acrescentou o texto, destacando declaração do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, em entrevista à rádio Jovem Pan:

— Nós não temos uma greve. Nós temos distúrbios generalizados.

*

O correspondente no Rio da ZDF, TV pública da Alemanha, Luten Leinhos, destacou ser um movimento "contra o presidente Michel Temer" e que "foi apoiado na Igreja Católica também".

O correspondente em São Paulo da BBC, TV pública do Reino Unido, Daniel Gallas, relatou "ruas vazias" na cidade e ouviu de um porta-voz da Igreja Anglicana que "oficialmente a igreja tomou a posição de encorajar seus membros a tomar parte desse movimento, porque entende a situação política".

*

No "New York Times", "Brasil é tomado por greve geral contra medidas de austeridade". Segundo o jornal, "a capacidade das centrais sindicais de organizar a greve refletiu a ampla insatisfação com Temer e seus aliados do establishment político do Brasil".

No "Wall Street Journal", "Greve geral e manifestações rompem transporte no Brasil". Segundo o jornal, "Temer já enfrenta resistência no Congresso à impopular reforma previdenciária, e a greve pode tornar aprovação mais difícil ainda".

nelson de sá

toda mídia

O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.