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    Nelson de Sá

    Putin se torna 'Santo Graal' para entrevistas na TV dos EUA

    03/05/2017 02h15

    No "Drudge Report", "Trump e Vlad conversam". No canal russo RT, "eles acertaram cooperar na Coreia e Síria.

    Na alemã "Der Spiegel", pouco antes, "Merkel vai a Putin. Mas eles "mal se aproximaram" e o problema "continua: sem Rússia não há solução para Síria e Ucrânia".

    Ao fundo, o Showtime, que é da CBS, confirmou para junho uma série de entrevistas (trailer abaixo) que o cineasta Oliver Stone fez com Putin, que virou "o Santo Graal" para os canais americanos, como a ABC, segundo a "Variety". Diz o diretor:

    — Se ele é mesmo o grande inimigo dos EUA, então nós temos que tentar entendê-lo.

    Mas talvez a NBC saia na frente. Segundo a coluna "Page Six" do "NY Post", a apresentadora Megyn Kelly, que até o final do ano era estrela da Fox News, vai até São Petersburgo em junho para entrevistar o presidente russo.

    stone

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    'SAY SOMETHING NICE'

    Michael Kinsley, referência de jornalista liberal nos EUA, publicou domingo no "New York Times" um texto elogioso sobre os tuítes do presidente americano, sob o enunciado "Diga algo bom sobre Trump", e avisou que passará a fazê-lo "regularmente".

    Na mesma direção, o jornal já havia iniciado uma coluna linkando "Escritos partidarizados que você não deve perder".

    DIFERENTES

    O esforço do "NYT" para se abrir à direita levou à contratação de Bret Stephens como colunista. Ele estreou questionando a mudança climática e causou revolta: 6% dos leitores que cancelaram assinaturas nas últimas três semanas, desde que seu nome foi anunciado, o fizeram por causa dele. O editor-executivo Dean Baquet se defendeu na CNN:

    — Nós não tínhamos aprendido nesta última eleição que devíamos compreender visões diferentes?

    INDEPENDENTE

    Até os jornais comunistas chineses estão sendo revisitados. A "Foreign Policy" publicou longa defesa do tabloide "Global Times", o mais "raivoso" do país, dizendo que a China tem tradição de abrigar títulos assim, "mais independente do que se pensa".

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    Reprodução
    Imagem de comercial de Donald Trump que questiona a mídia como "fake News"

    POR OUTRO LADO

    Comercial novo de Trump, sobre os cem dias de governo, usou imagens de âncoras de CNN, MSNBC, ABC e CBS com a tarja "notícia falsa", acima. A CNN se negou a veicular, dizendo que o anúncio era, ele sim, falso.

    'CORBYN MORRE'

    E o "NYT" visitou tabloides londrinos de direita como o "Sun" para mostrar que, mesmo com circulação em queda, "políticos os cortejam e temem sua cólera". Várias das "notícias falsas" que ajudaram a aprovar o "brexit" teriam saído deles.

    Um dos jornalistas entrevistados brincou que "a manchete 'fake news' que daria mais alegria ao país seria: Jeremy Corbyn morre esfaqueado por imigrante". É o líder do Partido Trabalhista.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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