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    Nelson de Sá

    Alemanha respira aliviada, mas Macron não é mais do mesmo

    07/05/2017 21h44

    peter

    As saudações mais efusivas, em francês, via Twitter e ecoando pela cobertura, foram do chefe de gabinete da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, Peter Altmaier, na mensagem acima: "Viva a Europa! Sinal forte pelos nossos valores comuns e franco-alemães!".

    E do porta-voz de Merkel, o jornalista Steffen Seibert, felicitando Emmanuel Macron na mesma linha: "Sua vitória é uma vitória pela Europa forte e unida e pela amizade franco-alemã ".

    Na análise do jornal conservador alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung", levada à manchete digital, "Europa se salva do pesadelo". No liberal "Süddeutsche Zeitung", "A Europa respira".

    Do outro lado do oceano, porém, o "Wall Street Journal" alertou que o novo presidente da França traz novidades para a mesa europeia, com proposta de um "New Deal" franco-alemão:

    — A grande ideia de Macron para a Europa é aprofundar a união cambial do euro. Mas para isso ele terá primeiro que convencer uma Alemanha cética, que tem dúvidas antigas.

    TRUMP MUDA

    Em tuítes e entrevistas, antes da votação, o presidente americano dizia que Marine Le Pen era "a mais forte" para responder ao que acontecia na França, em relação aos imigrantes. Chegou a prever "um grande efeito na eleição" após "mais um ataque terrorista em Paris".

    Com o resultado do segundo turno, no domingo, Trump tuitou saudações a Macron pela "grande vitória" e falou que agora vão trabalhar juntos.

    SEM 'FAKE NEWS'

    O polonês Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, achou por bem congratular pelo Twitter, mais do que Macron, o povo francês por "escolher liberdade, igualdade e fraternidade e não a tirania de 'fake news'", na expressão em inglês para notícias falsas.

    Foi um aparente desabafo por causa do temor de que o vazamento de última hora, de documentos e mensagens da campanha do presidente eleito, viesse a afetar o resultado.

    EXTREMA-DIREITA

    O vazamento, na sexta, levou jornais franceses a uma caçada para levantar quem estava por trás do chamado #MacronLeaks.

    O "Le Monde", que por três dias avisou seus leitores que não abordaria os documentos, apontou o dedo para a "extrema-direita americana", na figura de Jack Posobiec, um dos primeiros a compartilhar o material —que havia sido lançado no ar via plataformas anônimas como Pastebin e 4chan.

    Reprodução/vídeo
    O presidente eleito da França, Emmanuel Macron, então com 15 anos, beija sua professora, hoje sua mulher

    BEIJO, NÃO

    Macron havia festejado a dianteira no primeiro turno beijando sua mulher, Brigitte, 24 anos mais velha, o que trouxe de volta um velho vídeo de um outro beijo dos dois (reprodução acima), no rosto, quando ele tinha 15 anos e ela era professora em sua escola.

    No segundo turno, agora, até onde foi possível acompanhar, só mãos dadas.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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