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    Nelson de Sá

    Da TV ao 'NYT', ação abrupta de Trump contra FBI 'ecoa Watergate'

    10/05/2017 00h15

    O repórter da CNN surgiu esbaforido : "Desculpe a minha respiração aqui, Wolf. Corri para fora para trazer esta notícia, uma bomba na Casa Branca".

    A demissão do diretor do FBI foi manchete instantânea por todo lado, de início com a desculpa formal de que agiu incorretamente na investigação de Hillary Clinton. Nem a Fox News engoliu, no dizer do comentarista Charles Krauthammer: "Não faz sentido".

    Via TV e rede social, democratas e também republicanos estranharam a queda do investigador da campanha do próprio Donald Trump.

    Do canal MSNBC ao Twitter, passaram a tratar o episódio cada vez mais como "massacre de terça à noite", referência ao "massacre de sábado à noite", em que Richard Nixon demitiu o procurador que o investigava. Mas a Biblioteca Nixon, que guarda a memória do ex-presidente, ironizou que ele não chegou a tanto —demitir o diretor do FBI.

    Não demorou e apareceu em destaque no "New York Times":

    — Nunca, desde Watergate, um presidente demitiu a pessoa que chefiava uma investigação contra ele.

    CRIANÇAS

    Por horas, a CNN tentou bombar cenas de crianças morrendo sufocadas por arma química na Síria. De tão horríveis, "NYT" e outros evitaram. Até que a notícia do FBI chegou para salvar o canal.

    Reprodução
    Imagem de Chelsea Manning, no site da campanha por sua libertação

    FREE MANNING

    Após sete anos, Chelsea Manning (acima), que vazou documentos ao WikiLeaks, sai da prisão na semana que vem, confirmaram seus advogados, por CNN e outros. De sua nota: "Sou para sempre grata às pessoas que me mantiveram viva e ao presidente Obama", por ter assinado seu perdão.

    FREE ASSANGE

    Ameaçado de prisão pelo secretário de Justiça de Trump, Julian Assange, do WikiLeaks, foi defendido pela colunista de mídia do "Washington Post", Margaret Sullivan. Seu colega do "NYT", Jim Rutenberg, apoiou com um tuíte que resume o argumento -e o que o jornalismo mais teme:

    — Primeiro eles vieram por Assange...

    FACEBOOK DERRUBA

    Depois do aparente sucesso na França, quando teria derrubado 30 mil páginas e conseguido conter a influência de "fake news", o Facebook começou a fazer o mesmo no Reino Unido, que tem eleições no mês que vem.

    Disse já ter tirado do ar "dezenas de milhares" de páginas —e publicou anúncios em jornais alertando a "duvidar das manchetes" em sua própria plataforma.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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