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    Nelson de Sá

    Temer não vai, mas manifestantes preparam 'inferno' para cúpula do G20

    30/06/2017 02h00

    "Süddeutsche Zeitung" e outros jornais alemães noticiam que "Michel Temer, fortemente abalado por um escândalo de corrupção, cancelou a sua viagem ao G20 em Hamburgo". Não que as atenções estivessem voltadas para o brasileiro.

    Em campanha eleitoral, a chanceler alemã Angela Merkel se prepara para receber Donald Trump dizendo que "os problemas deste mundo não podem ser resolvidos por isolacionismo e protecionismo". Uma estratégia de enfrentamento, segundo o "Die Welt", "altamente arriscada".

    Já o presidente americano avisou que vai se reunir com Vladimir Putin na Alemanha. A Casa Branca, no destaque do "New York Times", "não quis falar se a questão da intromissão russa na eleição de 2016 seria abordada". Pelo contrário, Trump quer achar "áreas de cooperação" com o colega russo.

    Os conflitos não se limitarão aos "líderes voláteis" do G20, alerta a agência Reuters. São esperados oito mil manifestantes, "anarquistas e radicais de esquerda cujo objetivo é romper a cúpula" com um protesto que estão chamando de "Bem-vindos ao inferno".

    NOVELA

    A estatal Deutsche Welle levantou como a imprensa alemã vem cobrindo os escândalos de Temer.

    No "Die Welt", "O próximo capítulo da telenovela política sem fim está aberto, e o suposto maior vilão da história do país deverá finalmente ser chamado a prestar contas". Para o "Frankfurter Allgemeine Zeitung", porém, ele "já saiu várias vezes de enrascada e é bem possível" que escape de novo e prossiga até 2018. E o "Süddeutsche Zeitung" pergunta:

    — Alguém ainda se surpreende se brasileiros estão perdendo a confiança na democracia?

    SOBREVIDA

    O "Financial Times", em mais um editorial sobre Temer, destaca que ele "provavelmente sobreviverá", mas acrescenta que "a incerteza vai prevalecer".

    A "Economist", ainda mais otimista, volta a defender as reformas e afirma que, embora vulnerável, "Mr. Temer tem uma boa chance de completar os últimos 18 meses de seu mandato".

    Reprodução
    Para o "Washington Post", Temer pode ser salvo por outros políticos sob suspeita

    INGOVERNÁVEL

    O "Washington Post", que vinha acompanhando a longa crise brasileira por agências, publicou reportagem própria (acima) destacando que Temer, "acusado por corrupção, pode ser salvo por políticos também sob suspeita".

    Mas "sua base pode se romper" ou então ele mesmo "pode se dar conta de que o Brasil é ingovernável sob seu mandato" e pedir para sair.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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