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    Nelson de Sá

    Avanço da extrema-direita alemã provoca 'teste para a democracia'

    25/09/2017 02h00

    Reprodução/'Bild'

    "New York Times" e outros pelo mundo noticiaram burocraticamente em suas páginas iniciais a quarta vitória de Angela Merkel. Jornais chineses até elogiaram a opção alemã pela "estabilidade".

    Mas na Alemanha as manchetes eram outras. "Süddeutsche Zeitung", de Munique, e "Frankfurter Allgemeine Zeitung", de Frankfurt, destacaram a chegada da extrema-direita ao parlamento, "passo atrás histórico", "cisão histórica", até "um teste para a democracia alemã". O "FAZ" depois mudou seu enunciado para "Os limites da normalidade merkeliana".

    No site do tabloide "Bild", sediado em Berlim, os enunciados escandalosos (reproduzidos acima) foram "Vitória de pesadelo para Merkel", líder do maior partido, e "Dia negro para Schulz", que é o líder do segundo maior.

    O Partido Social-Democrata de Martin Schulz foi especialmente atingido, com os semanais "Die Zeit" e "Der Spiegel" dando manchete digital para seu "pior resultado desde 1949" e a perspectiva de deixar a coalizão atual com Merkel, para rejuvenescer e "se tornar mais feminino".

    Também para, sugere o "Süddeutsche", garantir à Alemanha que a oposição não seja chefiada por neonazistas.

    'ABER WO BLEIBEN DIE RUSSEN?'

    O avanço da extrema-direita não veio seguido de denúncias de interferência russa, diferente dos EUA. O "Süddeutsche", que um mês atrás já havia se perguntado "Mas onde estão os russos?", voltou a publicar que "a conversa de fake news, em que o suspeito era sempre a Rússia", não se confirmou.

    'WHERE ARE THE RUSSIANS?'

    Com algum atraso, os americanos "Washington Post", "NYT" e por fim a "Vice News", na HBO, registraram o "mistério". O "WP" usou até a mesma frase: "Onde estão os russos?". O site de mídia "Poynter" ironizou que a cobertura segue Hollywood e seus filmes "russomafiafóbicos".

    *

    Reprodução

    'ALERTA'

    O "WP" noticia que o então presidente Barack Obama, dias depois da eleição de Donald Trump, ligou para Mark Zuckerberg para falar sobre notícias falsas no Facebook, sem conseguir convencê-lo.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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