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    Nelson de Sá

    Risco de guerra nuclear na Coreia apavora tanto os EUA quanto a China

    08/12/2017 02h00

    Reprodução
    No chinês 'Diário de Jilin', como se proteger em caso de conflito atômico

    Primeiro foi a embaixadora dos EUA na ONU, que falou à Fox News que a presença da delegação americana nos Jogos de Inverno da Coreia do Sul era "questão em aberto". Depois foi a porta-voz da Casa Branca, dizendo por CNN e outros que "não foi tomada uma decisão oficial".

    O motivo, segundo ambas, é que os Jogos, que começam no dia 9 de fevereiro, serão realizados a 80 quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte.

    Do outro lado, na fronteira da China com a Coreia do Norte, o estatal "Diário de Jilin" publicou na quarta uma página inteira com instruções sobre como agir em caso de guerra nuclear. No título, "Senso comum sobre armas atômicas e sua proteção".

    "A página viralizou na internet", observou o também estatal "Huanqiu", "Global Times" na versão em inglês, em editorial para explicar "Como ler o alerta do 'Diário de Jilin'". Em suma, "não quer dizer que a província de Jilin corra risco de ataque nuclear", ao contrário da Coreia do Sul, do Japão e das "bases americanas na Ásia-Pacífico".

    O canal estatal CGTN foi pelo mesmo caminho, citando a tensão que provocou na principal rede social, Weibo.

    Enquanto a mídia estatal chinesa tropeçava em si mesma ao tratar da antes impensável guerra nuclear, a mídia privada do país acionava o alarme por "South China Morning Post" e "Caixin" –chegando por fim ao Ocidente via Bloomberg e sites como "Quartz".

    *

    TRUMP VS. MBS

    De uma vez, o governo Trump cobrou o fim imediato do bloqueio saudita ao Iêmen; vazou para o "Wall Street Journal" que foi o "príncipe herdeiro" saudita que gastou os US$ 450 milhões na pintura mais cara do mundo (uma imagem de Cristo); e reconheceu Jerusalém como capital de Israel.

    Muito timidamente, através de "WSJ" e outros americanos, o "príncipe" Mohammed Bin Salman ou MBS conseguiu responder ao reconhecimento, dizendo ser "um passo irresponsável".

    FRIEDMAN VS. TRUMP

    O colunista de política externa do "New York Times", Thomas L. Friedman, que publicou há dias um longo e controverso elogio a MBS, questionou o reconhecimento de Jerusalém por Trump, decisão que "constrange nossos aliados árabes". Escreve que ele faz tanta concessão "porque é ignorante", aliás:

    Trump é um estúpido [chump], e é um estúpido porque é ignorante.

    'ECONOMIST' & PALESTINA

    A revista "The Economist" publica editorial contra o reconhecimento "temerário" de Jerusalém por Trump, destacando em enunciado que, "Se ele precisa agitar as coisas, deveria abrir duas embaixadas na cidade sagrada, e não uma". Sendo ainda mais clara:

    — Uma administraria as relações com Israel, e a outra, em Jerusalém Oriental, lidaria com o Estado palestino, o qual ele deveria também reconhecer. Isso, sim, seria uma abordagem verdadeiramente nova.

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    O jornalista Nelson de Sá cobre mídia e cultura na Folha. Escreve de segunda a sexta.

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