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    Nizan Guanaes

    Publicidade será a alma dos negócios enquanto os negócios tiverem alma

    08/11/2016 02h00

    Divulgação
    Campanha da agencia FCB para a Nivea; bonecas ficam vermelhas quando neo passam protetor solar Foto: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM*** LEGENDA DO JORNAL Campanha da Nívea preiada em Cannes
    Propaganda brasileira da Nivea premiada em 2015

    A Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) acaba de divulgar pesquisa importante sobre o impacto da publicidade na economia do Brasil.

    Venho dizendo isso nesta coluna desde sempre: o Brasil é uma potência da propaganda, e a propaganda dá potência ao Brasil.

    A prova não são os muitos prêmios que nossos publicitários conquistam nos festivais mundo afora. Os prêmios são consequência. A prova de nossa excelência vem da capacidade da propaganda brasileira de vender, de construir marca, de se inserir na cultura nacional e dialogar com um povo que é criativo e que se identifica com a criatividade.

    A pesquisa da Abap, realizada pela consultoria Deloitte, dá número aos bois. Cada R$ 1 investido em publicidade gera, em média, R$ 10,7 no conjunto da economia. Assim, usando números consolidados de 2014, os R$ 33,5 bilhões investidos em publicidade geraram impacto de R$ 358 bilhões no PIB nacional.

    A metodologia usada se amparou em pesquisas semelhantes realizadas em países como EUA e Reino Unido. Nos EUA, a pesquisa indicou que os US$ 297 bilhões investidos em 2014 resultaram em impacto de US$ 5,5 trilhões em vendas. No Reino Unido, o impacto foi de £ 100 bilhões para £ 16 bilhões investidos.

    Propaganda, como sabemos há muito tempo, funciona. Ela seguirá sendo a alma dos negócios enquanto os negócios tiverem alma.

    Basta ver novos fenômenos de comunicação, inovação e empreendedorismo mundiais como Google e Facebook. Como eles se viabilizam e ganham dinheiro? Com a boa e nova propaganda.

    O balanço do terceiro trimestre do Facebook, divulgado na semana passada, deixa as coisas ainda mais explícitas. A rede social fundada por Mark Zuckerberg em 2004 faturou nada menos que US$ 6,8 bilhões entre julho e setembro deste ano com publicidade, uma alta de 59% sobre os mesmos meses do ano passado. Toda sua expansão, inovação e lucratividade é bancada por uma única fonte de recursos: a publicidade. O mesmo acontece com o Google.

    Portanto, a publicidade, apesar de todo o lero sobre crise e futuro, está fortíssima na ponta da ponta do novo.

    No Brasil, powerhouse da propaganda mundial, acontece o mesmo. Temos muitos talentos, temos muitos prêmios e temos, acima de tudo, resultados impressionantes na criação de mercados, de marcas e de empresas que se alicerçam nesses mercados e nessas marcas.

    Os pontos destacados pelo estudo da Abap vão direto ao ponto:

    A publicidade movimenta o mercado, suporta a independência e a pluralidade dos meios de comunicação e assegura o direito de escolha dos consumidores.

    A publicidade promove e incentiva a diferenciação pela inovação.

    A publicidade incentiva a competição pela qualidade e pelo preço.

    A publicidade estimula o crescimento do mercado.

    A publicidade sustenta a televisão e o rádio.

    A publicidade assegura a existência independente e plural dos jornais, das revistas e da mídia digital.

    A publicidade mantém diversos setores econômicos e gera muitos empregos.

    A publicidade suporta as artes, a cultura e a economia criativa.

    A publicidade é vital para os esportes.

    A publicidade contribui com a educação pública, as causas sociais e o desenvolvimento humano.

    Cada um desses pontos é explicado no estudo, disponível no site da Abap.

    É uma leitura indispensável para quem quer entender a relevância da publicidade.

    nizan guanaes

    Publicitário baiano, é dono do maior grupo publicitário do país, o ABC.
    Escreve às terças-feiras,
    a cada duas semanas.

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