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    Painel - Andréia Sadi, Bernardo Mello Franco, Bruno Boghossian

    Ministro da Saúde usa cargo para se aproximar de eleitor paulista

    BERNARDO MELLO FRANCO
    EDITOR INTERINO DO "PAINEL"

    19/01/2014 03h00

    Agenda de campanha O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), tem usado o cargo para se aproximar do eleitor de São Paulo. Pré-candidato a governador, ele saiu de Brasília para participar de 53 atos oficiais entre o início de novembro e a última sexta-feira. Nada menos que 44 deles, ou 83% do total, ocorreram em solo paulista. Como cumpria agenda do ministério, Padilha contou com a estrutura do governo, foi acompanhado por assessores e viajou a bordo de aviões da Força Aérea Brasileira.

    Registros A agenda de Padilha mostra que ele manteve uma média superior a um evento em São Paulo a cada dois dias. Por duas vezes, chegou a visitar três municípios na mesma data.

    Maratona No último dia 20, Padilha embarcou às 7h para Ribeirão Preto, onde assinou portaria. Às 11h voou para Marília, onde anunciou investimentos em UPAs. Duas horas depois, decolou rumo a Guarulhos e visitou um hospital. Tudo nas asas da FAB.

    Locomotiva Em nota, o Ministério da Saúde diz que Padilha atende a convites e que São Paulo "concentra o maior número de unidades de saúde, possui hospitais de excelência, entidades do setor e instituições universitárias de impacto nacional".

    Ah, bom "Além disso, o ministro vistoria o andamento de obras e acompanha a execução dos programas federais para a saúde de todos os Estados brasileiros", afirma o texto enviado à coluna.

    O sucessor No Planalto e em São Bernardo do Campo, é dado como certo que Arthur Chioro será nomeado para a vaga de Padilha, que já esvazia as gavetas no ministério. Ele é secretário do prefeito Luiz Marinho (PT).

    O cientista Dilma Rousseff ofereceu o Ministério da Ciência e Tecnologia ao PSD de Gilberto Kassab. A pasta é ocupada hoje por Marco Antonio Raupp, indicado por Aloizio Mercadante (PT).

    Já respondo O ex-prefeito prometeu consultar o partido e deve falar de novo com a presidente quando ela voltar de Davos. Os dois se encontraram na última terça-feira, dois dias antes de Kassab ser acusado de receber "uma fortuna" da Controlar. Ele afirma ser inocente.

    Gasparzinhos O Maranhão não tem vice-governador desde o fim de novembro, quando Washington Oliveira (PT) renunciou. Mesmo assim, Roseana Sarney (PMDB) nomeou mais dois assessores para a Vice-Governadoria.

    As datas Eliene Fernandes da Silva é "assessora especial II" do gabinete do vice desde 18 de dezembro. Ana Maria Silva de Oliveira virou "adjunta de serviços residenciais" em 7 de janeiro.

    O companheiro A Vice-Governadoria é um feudo do PT maranhense, que continua aliado à família Sarney apesar das queixas de parte dos militantes. O presidente estadual do partido, Raimundo Monteiro, foi designado assessor especial em 2011.

    A explicação O governo diz que as nomeações "referem-se a solicitações quando do período em que Washington estava no cargo". E demoraram porque "é necessário obedecer a um criterioso cadastro de servidor público", segundo nota oficial.

    De outro mundo O mineiro Walmir Marques, que se apresenta como embaixador cósmico, tem ligado insistentemente para o Planalto. Ele diz que a espionagem dos EUA tem um objetivo oculto: rastrear desembarques de óvnis no Brasil.

    Uma vez Flamengo Dilma nomeou o advogado Flávio Willeman juiz do TRE do Rio. Ele é vice-presidente jurídico do Flamengo.

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    TIROTEIO

    O Brasil voltou a ser uma monarquia com capitanias hereditárias. Viveremos uma disputa entre os netos de Arraes e Tancredo.

    DE CLÁUDIO LEMBO (PSD), ex-governador de São Paulo, sobre a presença dos herdeiros Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.

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    CONTRAPONTO

    As cocadas da primeira-dama

    Aliado histórico da ditadura, o líder baiano Antonio Carlos Magalhães gostava de enviar presentes para agradar aos militares. Um dia, no governo João Figueiredo, mandou para Brasília uma caixa de cocadas. Horas depois, ligou para saber se dona Dulce tinha gostado.

    A primeira-dama, que não havia visto os doces, agradeceu polidamente. Logo o telefone tocou no Planalto:

    -Cadê as minhas cocadas? -cobrava ela.

    Tinham virado lanche de assessores. A solução, conta o fotógrafo Orlando Brito, foi enviar um avião da FAB a Salvador para buscar novos doces para a primeira-dama.

    Com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

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