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    Painel - Bruno Boghossian, Paulo Gama, Vera Magalhães

    Reprimenda de Barbosa em Barroso reforça aposta de que ele deixará o STF

    27/02/2014 03h30

    Tira a toga? A reprimenda dada por Joaquim Barbosa em Luís Roberto Barroso ontem, quando o novato abriu a dissidência para absolver os réus do mensalão da condenação por formação de quadrilha, fez crescer no STF a aposta de que ele deixará a corte antes do término de seu mandato na presidência. Mesmo colegas que achavam remota uma candidatura de Barbosa neste ano passaram a dizer que a reviravolta no julgamento dará ao relator discurso para legitimar a entrada na política.

    Próximos... Na saída do plenário do Supremo, ministros reclamaram entre eles da decisão de Barbosa de encerrar a sessão antes das 19h, quando havia expectativa de absolvição dos condenados por quadrilha ainda ontem.

    ... capítulos Disseram reservadamente que a paralisação do debate antes do voto de Teori Zavascki provocará reverberação da polêmica e pode pressionar o ministro a manter a condenação.

    De lado Interlocutores do Supremo apontaram que Barroso apresentou a tese de prescrição das penas para se resguardar das críticas que poderia sofrer se votasse abertamente pela absolvição.

    Escola 1 A tese sobre o exagero das penas por formação de quadrilha, que embasou o discurso de Barroso, havia sido levantada por Ricardo Lewandowski na análise dos embargos de declaração.

    Escola 2 Assim como Barroso, Lewandowski também anexou gráficos com percentual de majoração das penas.

    Pausa Aloizio Mercadante (Casa Civil) chamou senadores ao Palácio do Planalto ontem para pedir o adiamento da análise do projeto de renegociação das dívidas de Estados e municípios enquanto as agências de classificação de risco não fizerem a revisão da nota do Brasil.

    Santinho Dilma Rousseff deu uma reprimenda no titular da Casa Civil devido a sua frase instando os aliados a tirar fotos com ela se quiserem ter dividendo eleitoral.

    Neutro Petistas articularam a eleição de Assis do Couto (PT-PR) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara pois temiam que Erika Kokay (PT-DF) não fosse aprovada.

    Retrofit Pesquisa encomendada pelo PSB para testar o poder de uma terceira via na eleição para o governo de São Paulo mostrou que, na região metropolitana do Estado, Paulo Skaf (PMDB) conseguiu associar sua imagem à novidade na política.

    No limite O governo paulista corre para fechar proposta de plano de carreira para professores e funcionários das escolas técnicas e Fatecs, em greve há dez dias. A promessa de Geraldo Alckmin é enviar o projeto hoje.

    Fórceps Apesar da resistência à indicação de Marcos Cintra à Secretaria de Desenvolvimento de Alckmin, o DEM cedeu ao titular da pasta e fiador do auxiliar, Rodrigo Garcia, e deve aceitar sua indicação após o Carnaval.

    Mais médicos 1 Em disputa pela provedoria da Santa Casa paulistana, a chapa de situação distribuiu ontem nova carta aos cerca de 500 eleitores rebatendo críticas de irresponsabilidade administrativa na instituição.

    Mais médicos 2 "A Santa Casa não é um banco, não deve ser gerida como tal. Sua missão não é dar lucro", diz o atual provedor Kalil Abdalla. Seu adversário é o médico José Luiz Setúbal.

    Quem dá... Termina amanhã o prazo dado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) para receber sugestões das associações setoriais para a Agenda Legislativa, que vai fixar a pauta de interesse do setor para o ano.

    ... mais? Até agora, 14 projetos são considerados prioritários num rol de 135 listados pela CNI, entre eles a nova lei de licitações, a extinção do adicional de 10% do FGTS, a redução da jornada de trabalho e a prorrogação do Reintegra até 2016.

    *

    TIROTEIO

    "O PSDB, após 20 anos, tem o Plano Real para comemorar. De 'genuíno', a única coisa que o PT tem após 10 anos no poder é o mensalão."

    DO DEPUTADO NILSON LEITÃO, vice-líder do PSDB na Câmara, em resposta a críticas petistas pela sessão em que tucanos celebraram aniversário do plano.

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    CONTRAPONTO

    Sem recesso

    Joaquim Barbosa deixou o plenário do STF ontem por alguns minutos, mas não interrompeu a sessão. Pediu que seu substituto na presidência, Ricardo Lewandowski, não chamasse intervalos.

    Ao perceber que vários de seus colegas haviam saído e retornado ao plenário durante a longa sessão, Luís Roberto Barroso disse, rindo:

    —Sem problemas. Cada um pode fazer seu intervalo de acordo com sua própria conveniência.

    Com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA

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