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    Patrícia Campos Mello

    O Brasil mal na fita

    15/03/2013 16h24

    O relatório do Institute for International Finance (IIF) para a América Latina pinta um cenário pouco animador.

    Para o IIF, espécie da Febraban mundial, a valorização da moeda de vários países da região está erodindo a competitividade. As nações tentam compensar com políticas econômicas consideradas insustentáveis pela entidade --especialmente protecionismo comercial e controle sobre entrada de capitais.

    Na estimativa do IIF, o Brasil vai crescer 3,2% este ano. A previsão está acima do número do Focus, de 3,1 %.

    Mas, na comparação com outros países da região, o Brasil vai mal.

    Só Argentina (2,5%) e Venezuela (1%) vão crescer menos que o Brasil neste ano, na previsão do IIF.

    O crescimento da América Latina deve ser de 3,4%.

    Países tidos como exemplo de ambiente amigável de negócios estão entre os que mais se destacam: Chile (5,2%), Peru (6,2%), Colômbia (4,2%).

    "Chile, Colômbia, México e Peru têm conseguido sustentar o crescimento do PIB em linha com a tendência de longo prazo e ao mesmo tempo manter a inflação sob controle", diz o relatório.

    Dos países mais à esquerda, o único com bom crescimento é o Equador (4,5%).

    "No Brasil, o objetivo de manter o crescimento estimulando a demanda doméstica parece ter perdido a eficácia em meio a gargalos de infraestrutura, limitações na capacidade e crescente incerteza em relação ao direcionamento da política econômica (protecionismo comercial e intervenção na economia)".

    O IIF adverte também para o caminho perigoso que a inflação está seguindo. "O Brasil parece ter entrado em uma armadilha de alta inflação e baixo crescimento, refletindo limites de capacidade, gargalos de infraestrutura e resistência a deixar o real se apreciar em relação ao dólar."

    A entidade acredita que há um risco razoável de a aceleração da inflação desencadear um aperto na política monetária que vai inibir a recuperação.

    patrícia campos mello

    Repórter especial da Folha, foi correspondente nos EUA e escreve sobre política e economia internacional. Escreve às sextas-feiras.

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