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    Patrícia Campos Mello

    Capoeira para ex-crianças-soldado

    26/02/2016 02h00

    Divulgação
    Secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, joga capoeira com ex-criança-soldado na RDC
    Secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, joga capoeira com ex-criança-soldado na RDC

    Na terça-feira (23), o secretário geral da ONU, Ban Ki Moon, teve uma experiência inusitada: jogou capoeira com ex-meninos-soldado em Goma, na República Democrática do Congo.

    Os meninos fazem parte das 1300 crianças congolesas que já tiveram aulas no programa Capoeira pela Paz, patrocinado pelo governo brasileiro.
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    Estimativas variam, mas há cerca de 30 mil crianças-soldado na República Democrática do Congo, país que viveu (e vive) uma série de conflitos.

    Depois de resgatadas, as crianças "desmobilizadas", como são chamadas, passam por um processo de ressocialização em centros do país, para que consigam se readaptar à vida fora da guerra. E o governo brasileiro, em parceria com a Unicef, a ONG monegasca AMADE-Mondiale e o escritório do UNICEF na RDC, com consultoria de Flavio Saudade, da Associação Viva Rio, e Yannick de Wouters, da Abada Capoeira Congo, está oferecendo aulas de capoeira duas vezes por semana em dois centros de ressocialização. Desde dezembro, o governo do Canadá também participa.

    Em tempos de vacas magras na diplomacia brasileira para a África, programas como o Capoeira pela Paz representam uma alternativa barata e eficiente de projetar o soft power do Brasil e ajudar essas crianças. Em um ano e meio, o governo brasileiro contribuiu com US$ 85 mil para o programa.

    Segundo o embaixador do Brasil na RDC, Paulo Uchôa, o Capoeira pela Paz tem usado professores congoleses que foram treinados por mestres brasileiros. Ele explica que é difícil encontrar professores brasileiros que aceitem morar e trabalhar nessas áreas de risco.

    patrícia campos mello

    Repórter especial da Folha, foi correspondente nos EUA e escreve sobre política e economia internacional. Escreve às sextas-feiras.

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