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    Paula Cesarino Costa

    As faces da morte no Rio

    13/11/2014 02h00

    RIO DE JANEIRO - Dois importantes dados recém-divulgados sobre mortes violentas no Rio revelam duas situações opostas. Uma preocupa, outra dá esperança.

    De 2012 para 2013, a taxa de homicídios no Estado cresceu pela primeira vez desde 2009, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número de assassinatos foi de 4.241 para 4.928, aumento de 15%. No mesmo período, despencou 44% o número de mortos em acidentes de trânsito, de acordo com o Ministério da Saúde, passando de 3.047 para 1.692.

    A recente piora de índices de criminalidade foi discutida aqui algumas vezes. Muito já foi feito, mas o desafio e as dificuldades ainda são imensos para que sejam atingidos patamares de segurança minimamente aceitáveis. Em 2013, registraram-se 28,9 assassinatos por cada grupo de 100 mil habitantes. É um índice acima da média nacional e muito maior do que a taxa máxima de 10/100 mil tolerada pela Organização Mundial de Saúde.

    A diminuição das mortes no trânsito é explicada em grande parte pelas blitze da Lei Seca, que mudaram a cara da noite carioca. Exemplos de planejamento técnico, eficiência e agentes preparados, conseguiram mudar comportamentos históricos. Quem bebe não dirige, quem dirige não bebe e a cidade agradece.

    O índice de mortos no trânsito do Rio –de 10 por cada grupo de 100 mil habitantes– é o menor do Brasil e se aproxima da média dos países desenvolvidos (8 por 100 mil).

    Que os números não iludam o leitor. A civilidade do dia a dia do trânsito carioca ainda está distante.

    Juízes, políticos, artistas e vários tipos de celebridades tentam desmoralizar a Lei Seca sem vergonha de apelar ao "sabe com quem está falando?" E muitos motoristas continuam a não gostar de sinal vermelho, de placas de proibido parar e de limite de velocidade.

    paula cesarino costa

    Paulistana, é repórter especial da Folha. Desempenhou várias funções desde que entrou no jornal, em 1987. Escreve às quintas.

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