No país da jabuticaba, há quem jure que a recessão nasceu no estrangeiro —mas inflação alta com pibinho é produto nacional!

Quanto sofrimento nesta nossa economia. É o desemprego que sobe, o crescimento murchado, desesperança por todo canto. Por que caímos nesse buraco, assim, tão de repente?

Há quem diga que é coisa enviada pelos do além-mar, por farristas financeiros, gregos gastões e endividados. Possível? É. Mas como dar mais corpo a esse "será que será"? Como testar a validade dessa ideia frente a tese alternativa do "a culpa dos nossos problemas é nossa mesmo"?

Basta olhar para os umbigos dos outros. Se o desempenho econômico sofrível do período 2011/2015 for também marcante nos outros países, a explicação de que nos abateu um tsunami fará sentido. Mas, caso contrário, não!

Por que não dar um tempo na peleja para ficar olho no olho com os dados?

Eita! O desempenho da economia mundial (nesse gráfico aí tem uma média com 188 países) não foi nada desastroso. Nem o da América Latina! O argumento de que a crise veio de fora, como diria vovó, "perde sustância"...

Bom, quando a economia de um país esfria, a inflação fica baixinha e bem-comportada, não é mesmo? Sim, na maioria dos casos. Já no país da jabuticaba...

Mas o que houve de diferente do que vinha sendo feito para levar o país à crise?

• Baixamos a taxa de juros na marra: a coisa do "basta apenas vontade política na política monetária";
• Expandimos de modo excessivo o crédito público: o famoso "pau na máquina" que sempre quebra a máquina;
• Aumentamos gastos e cortamos impostos: da série "não tente reproduzir isso na sua casa, pode ser perigoso";
• Intensificamos as intervenções no âmbito da microeconomia, fixando diversos preços e mexendo em regulamentações que vinham funcionando bem: vovó teria dito que "muito ajuda quem não atrapalha".

Há muito o que fazer para o país voltar aos trilhos. Mas é sempre bom começar pelo diagnóstico correto e lutar contra o complexo de vira-lata tão enraizado nestas paragens.

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Economês em bom português

Especialistas do Porque.com.br traduzem aqui, para o bom português, o economês do seu dia a dia, mostrando que economia pode ser simples e divertida. Escreve às terças.