Em meio a rostos de políticos envolvidos na operação Lava Jato, tema fremente do Carnaval 2016, há uma rosto causando mal-estar no centro da cidade: Adolf Hitler. A máscara do ditador alemão era oferecida durante a semana por R$ 7 na loja Porto das Festas e Fantasias, da região da rua 25 de Março.

	Gabriel Cabral/Folhapress
	Máscara de Hitler vendida na 25 de março.

A fantasia foi considerada ultraje por grupos. "É desrespeito à memória de milhões de pessoas que perderam suas vidas", diz Rony Vainzof, secretário-geral da Confederação Israelita do Brasil, que estava em Brasília na quarta (27) para eventos do Dia Internacional do Holocausto.

"Usar a máscara de um genocida vai contra a expectativa de alegria e de animação que se espera do Carnaval. Certas brincadeiras não devem ser admitidas, porque banalizam algo grave e abala as vítimas que ainda estão vivas."

Questionado se a Justiça seria acionada, Vainzof respondeu: "É o caso de avaliar as medidas a serem tomadas". Segundo ele, é preciso avaliar se houve uso ofensivo da figura de Hitler ou incitação ao nazismo neste caso.

"Pedimos desculpas. A máscara não será vendida. Não é nossa intenção desrespeitar ninguém", diz Pierre Sfeir, dono de ao menos três lojas da ladeira Porto Geral, inclusive a que ofereceu a máscara de Hitler.

No primeiro contato com a reportagem, Sfeir afirmou que a máscara em questão era do comediante Charlie Chaplin, e não do líder nazista. Num segundo momento, ele afirmou que só uma efígie havia sido feita: "A que você comprou era a única. Foi ideia da fábrica de máscaras que faz nosso produto".

A fábrica que fez a máscara, a reportagem apurou, é do mesmo dono das lojas.