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    O pacto do futebol

    06/10/2013 02h00

    Dos clubes da Série A, só Santos e Bahia se manifestaram abertamente a favor do movimento Bom Senso F. C.. Calados, outros dirigentes deram apoio informal. O Internacional liberou cinco jogadores do treino de segunda-feira, para viajar a São Paulo e participar da reunião do grupo.

    Liberados do treino, também foram três do Coritiba, dois do Grêmio, três do São Paulo, um do Corinthians, do Palmeiras, da Portuguesa e do Santos.

    É pouco.

    Os cartolas silenciosos representam clubes tão vitimados pelo calendário quanto os jogadores.

    Unir-se ao movimento agora pode significar o enfraquecimento dos presidentes de federações. Eles estão divididos.

    Repare na sucessão de declarações. No dia em que a Folha divulgou a criação do Bom Senso F. C., o presidente da Federação Gaúcha, Francisco Noveletto, gritou.

    Acusou os atletas de ganharem muito. Precisavam cooperar no ano da Copa do Mundo.

    Uma semana depois, Noveletto avisou que o Gauchão será Gauchinho, menorzinho.

    Repetiu o discurso do presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, o primeiro a concordar com o absurdo das datas propostas pela CBF.

    Lopes e Noveletto eram oposição à posse de José Maria Marin logo depois da renúncia de Ricardo Teixeira, em 2012.

    Até hoje eles perguntam-se "por que não eu?" quando veem Marco Polo Del Nero reinando ao lado de Marin.

    Rio e Rio Grande do Sul oferecem migalhas. Dez dias ou duas semanas do calendário não solucio nam o caos profundo do futebol brasileiro.

    O calendário da emergência de 2014 deveria dar só onze datas aos estaduais, como aconteceu em 2003.

    Marco Polo avisou da Suíça a dificuldade de reformar o Paulistão, inchado com vinte clubes.

    Lembre-se que ele próprio ajudou a fazer o gigante crescer.

    Pois deveria buscar na fórmula de dez anos atrás a saída: dois grupos de dez, jogos em turno único dentro das chaves, final entre os campeões de grupo em dois jogos.

    Resolve-se tudo em onze datas, início em 4 de fevereiro, término em 13 de abril --data proposta pelo calendário da CBF.

    Assim, está feito o remendo do ano que vem.

    A reforma profunda precisa vir em 2015. Os jogadores avisaram isso na proposta mais abrangente já feita no Brasil.

    São os jogadores, não foram os cartolas nem a imprensa, os que lembraram que o campeonato tem de parar quando a seleção joga e todos os clubes precisam ter nove meses de campeonato garantido.

    Caso contrário, haverá sempre super-atividade para uns e desemprego para outros.

    É necessário separar o futebol regional dos clubes nacionais.

    Até os ladrões de galinha vão ganhar com isso.

    Os clubes concordam, tanto que liberam os jogadores para as reuniões. É por isso que também precisam engrossar o coro.

    Formatar o verdadeiro pacto do futebol brasileiro.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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