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    A pressa é inimiga

    21/07/2014 02h00

    Líder e dono das melhores atuações do campeonato, o Cruzeiro não fez boas apresentações depois da paralisação da Copa do Mundo. Quinta-feira, ganhou um gol contra do zagueiro Alemão, do Vitória, e isso clareou o caminho do triunfo por 3 x 1. Ontem, fez vinte minutos em alta velocidade. Depois, permitiu ao Palmeiras jogar.

    Mesmo assim, a equipe de Marcelo Oliveira tem qualidades que rareiam em seus rivais pela taça. Tem banco de reservas e muita velocidade, com Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Marquinhos, estreante no meio de semana e autor das duas jogadas de gols ontem.

    O contraste entre a rapidez do ataque do Cruzeiro e a lentidão da zaga do Palmeiras (veja abaixo) causou os 2 a 0 em nove minutos e poderia causar uma goleada.

    Depois, o time de Ricardo Gareca assentou.

    O passe melhorou quando Eguren saiu machucado e Mendieta passou a ser o segundo volante. O Palmeiras encorpou no meio de campo e merecia o empate.

    Como não conseguiu, a pressão vai aumentar. Não pode.

    Se algo precisa mudar no futebol brasileiro é dar tempo para que um time amadureça. Deve ser assim com técnicos brasileiros. Mais ainda com quem chega de fora e precisa entender a cultura diferente.

    Gareca não inovou ainda. Nem sequer mudou o sistema tático. Em vez de ter três volantes criativos e um armador como boa parte dos times argentinos, usou um ponta de cada lado e um armador central. Nos dois jogos, o primeiro mérito é dar chance para os jovens revelados pelo gerente da base, Erasmo Damiani.

    O volante Renato, indicado por Marcos Assunção, é um exemplo. Veio da Matonense, é garoto, e se firma com boa saída de bola e ótima marcação.

    É uma rara novidade no reinício do Brasileirão. A outra é que o Cruzeiro, favorito ao título, não repetiu ainda suas melhores atuações.

    BOA SORTE, DUNGA

    O técnico que mais se preparou para assumir a seleção foi Tite. Mas a ideia equivocada de que tem relação com Andres Sanchez impede. É ridículo! Dunga pode fazer bom trabalho na seleção. Mas sua escolha serve só como escudo para proteger Marin. Neste momento, o obrigatório é trilhar um novo caminho. O Brasil prefere andar em círculos. De Parreira para Zagallo para Felipão de volta a Parreira, Felipão com Parreira e Dunga, que trabalhou com eles. Se faltam ideias, resta desejar boa sorte. A Dunga... e a nós.

    BARBAS DE MOLHO

    Ney Franco merece tempo para trabalhar tanto quanto Gareca. A pressão no Flamengo é ainda maior, desde sua polêmica contratação. São sete jogos com apenas três gols marcados –três empates e quatro derrotas. Neste domingo, o Inter foi beneficiado pela arbitragem, mas mostrou superioridade.

    FALTA ATAQUE

    Não sofrer gols é um dos indicativos para ser campeão brasileiro. Mas só se o ataque funcionar. O Corinthians do pós-Copa segue com a mesma dificuldade para invadir defesas adversárias que tinha antes do Mundial. Mano Menezes tem um time sólido. O problema é não ter um time criativo.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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