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    A grande diferença

    04/08/2014 02h00

    Uma faixa estendida num jogo de pré-temporada do Atlético de Madri, no México, tinha uma frase clássica do futebol atual. "O talento ganha partidas, o jogo coletivo vence campeonatos".

    A sentença é verdadeira, mas esconde diferentes estilos, mesmo entre os times mais modernos. Cruzeiro e Corinthians evidenciaram essas diferenças neste fim de semana.

    Os cinco pontos que separam o líder Cruzeiro do Corinthians, segundo colocado, representam a maior distância na 13ª rodada. O Cruzeiro tem o melhor ataque da história dos pontos corridos, 29 gols. O Corinthians, a segunda melhor defesa, 6 gols sofridos.

    A postura corintiana fora de casa explica a diferença. O meio de campo de projeção dos volantes como armadores, elogiado semana passada, é diferente como visitante. Elias e Petros se juntam a Ralf na cabeça de área para diminuir o espaço do rival.

    O Cruzeiro jogou razoavelmente o primeiro tempo contra o Botafogo, no sábado, mas perdeu por 1 a 0. Mesmo na primeira etapa, seus volantes e meias projetavam-se ao ataque. No segundo tempo, a velocidade da troca de passes envolveu o Botafogo. O empate parecia inevitável quando aconteceu de fato aos 14 min do segundo tempo.

    O tempo de trabalho explica o sucesso do Cruzeiro, mas a postura da equipe também é um diferencial. O Cruzeiro ataca, o Corinthians joga só no erro do adversário.

    "Quero sempre dois toques, sem deixar a bola parar", diz Marcelo Oliveira. Viu-se isso na segunda etapa do Maracanã, em Botafogo 1 x 1 Cruzeiro.

    Em Curitiba, o Corinthians teve mais posse de bola. Só que os jogadores com mais tempo foram Cássio, Fábio Santos, Ralf, Gil, Fagner e Petros.

    A bola não chegou para Jadson, Romarinho e Romero, os que poderiam decidir.

    Time que joga coletivamente, junta seus melhores jogadores para agredir o adversário, luta por títulos. Jogar coletiva e defensivamente pode dar vaga na Libertadores, no máximo. É o contraponto da frase exposta na faixa colocada no treino do Atlético de Madri, na Cidade do México.

    O Corinthians está invicto e soma dez pontos em viagens, com quatro empates. O Cruzeiro perdeu duas vezes como visitante, mas soma 13 de seus 29 pontos quando sai de Belo Horizonte.

    Se não aumentar sua capacidade de agredir, o Corinthians vai brigar pela Libertadores. E só. Seguirá empatando partidas sem empolgar nem ameaçar na casa dos rivais. Vai ganhar jogos, mas não vai vencer o Brasileirão.

    Ontem, o time de Mano Menezes perdeu uma chance enorme de incomodar o líder Cruzeiro.

    SEGUE A SECA

    O Palmeiras de Ricardo Gareca segue sem vencer, sem encantar nem encontrar seu estilo, para usar as palavras do técnico. A única boa nova é a utilização de mais jogadores das divisões de base. O lateral esquerdo Victor Luis é o melhor exemplo. Dele, saiu o passe para o gol de Henrique.

    MURICY MUDOU

    O São Paulo não foi bem e acumula cinco pontos perdidos nas duas últimas partidas no Morumbi. Desta vez, pelo menos Muricy mudou o jeito da equipe jogar. Encostou os dois atacantes e abriu mão do 4-2-3-1. Pato até criou. Mas ainda não merece os elogios que recebeu contra o Bragantino.

    Editoria de Arte/Folhapress

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
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