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    A hora da coragem

    11/08/2014 02h00

    Antes da viagem para Santos, havia uma ideia no Corinthians de que as más partidas da semana passada não refletiam o momento da equipe. O time já estava sólido, era o pensamento da comissão técnica. Em Salvador, a certeza da classificação antecipada representou o desempenho preguiçoso contra o Bahia. Em Curitiba, o Corinthians jogou mal. Simples assim.

    O clássico da Vila Belmiro foi insosso em boa parte do tempo, mas não se pode dizer que o Corinthians não tenha tentado a vitória, diferente da semana passada.

    Teve a seu favor a expulsão de Alison no final do primeiro tempo, mas passou a maior parte do tempo com a bola no pé (52%) e no campo de ataque (69%).

    O Corinthians também manteve sua média de passes certos no Brasileiro (90%). Só não é um time bonito de se ver jogar. Isso não é.

    Mas nem o Santos foi ontem, apesar das chances de marcar no segundo tempo, com a velocidade de Robinho, o mais perigoso do ataque.

    Aos 10 minutos, Robinho roubou a bola e quase estufou a rede. Aos 17, rolou para Lucas Lima e por pouco o meia não fez 1 x 0.

    A segunda etapa de Robinho foi muito melhor do que a primeira, quando tocou de lado e trocou passes curtos. Depois da expulsão, conduziu os contra-ataques e deixou o campo quatro minutos antes do gol de Gil. Mas, pela primeira vez, perdeu um clássico para o rival.

    A vitória diminui a distância corintiana para o Cruzeiro para três pontos, a menor diferença em um mês. O Corinthians sobe para a terceira posição, um ponto abaixo do Internacional, o outro time que não perde na temporada.

    O Corinthians está invicto como visitante. O Inter venceu os últimos quatro jogos e no ano só perdeu quatro vezes, o menor número entre os clubes da Série A. É mais bonito de ver o Inter do que o Corinthians, mas a chance dos dois de se tornar o perseguidor do Cruzeiro é semelhante.

    A diferença favorável ao Internacional é a quantidade de jogadores decisivos. D'Alessandro não teve grande exibição no Grenal, mas puxou o contra-ataque e deu o passe para o segundo gol, marcado por Cláudio Winck.

    Aránguiz é o jogador mais moderno do Brasileiro. Sem ele no time, o Inter tem 66,7% de aproveitamento. Com o chileno, o índice sobe para 88,9%.

    Em média, o Inter é o time que mais finaliza no Brasileiro. Mais até do que o Cruzeiro, ainda líder e maior candidato à taça.

    A diminuição da distância na tabela explica-se pelo fato de, nas duas últimas semanas, o Cruzeiro ter jogado duas vezes fora de casa - empatou ambas.

    Ops! Mas era não ter coragem para vencer fora de casa o maior problema do Corinthians e um dos defeitos do Inter.

    A rodada do final de semana apagou um pouco essa imagem.

    A coragem é a virtude capaz de mudar o cenário do Brasileiro e de permitir a Corinthians, Flu e Inter incomodarem o Cruzeiro.

    Editoria de Arte/Folhapress

    TIME DAS ESTRELAS

    Pato dobrou ontem seu número de gols no Campeonato Brasileiro e o quarteto mostrou que pode jogar junto.

    No primeiro tempo, Kaká ficou um pouco abaixo dos outros três. Mas pode dar caldo.

    O São Paulo ainda erra muito no sistema defensivo, como Douglas no gol do Vitória no fim da primeira etapa. Mas voltou a vencer em casa. É o primeiro passo para se aproximar da zona de classificação à Libertadores.

    O PASSE CERTO

    Allione tinha errado 25% de seus passes quando cobrou o escanteio que resultou no gol de empate do Palmeiras, em Belo Horizonte. Gareca tem insistido nisso.

    A bola agora sai sempre pelo chão e a tentativa é melhorar o fundamento principal dos jogos: passe errado é proibido. Melhora aos poucos, mas o time ainda sofre para melhorar seu nível.

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    É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
    e segundas-feiras.

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